Tributos
Alagoanos encerram 2025 pagando R$ 20,8 bilhões em impostos
Volume corresponde a um crescimento de 10% ante o volume arrecadado em 2024


Na próxima quarta-feira (31), quando o mundo estará se despedindo de 2025, os alagoanos terão desembolsado R$ 20,8 bilhões para pagamento de impostos – federais, estaduais e municipais - este ano, segundo dados do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O volume corresponde a um aumento de 10% ante os R$ 18,9 bilhões pagos no ano passado.
De acordo com o levantamento, a arrecadação de Alagoas corresponde a 0,46% do total desembolsado com pagamento de tributos em todo o País, que somou R$ 39,8 trilhões no ano. Em nível regional, os sergipanos foram os contribuintes que pagaram os menores impostos em 2025, com R$ 18,9 bilhões. Logo depois vem Alagoas.
Já os contribuintes baianos foram os que mais desembolsaram recursos para pagamento de impostos, com R$ 128,4 bilhões. Em seguida aparecem Pernambuco (R$ 93,3 bilhões), Ceará (R$ 74,7 bilhões) e Maranhão (R$ 37,8 bilhões).
Os contribuintes da capital lideram o ranking de pagamento de tributos entre as cidades alagoanas, com o desembolso de R$ 929,4 milhões. Arapiraca aparece logo a seguir, com o pagamento de R$ 114 milhões em impostos.
Em todo o País, os contribuintes vão encerrar 2025 desembolsando R$ 39,8 trilhões. O valor representa uma marca inédita e um aumento de R$ 300 bilhões na arrecadação de tributos comparado com o mesmo período de 2024, quando o Impostômetro encerrou o ano com o total de R$ 3,6 trilhões arrecadados.
Para João Eloi Olenike, presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o aquecimento da atividade econômica e o aumento da expectativa do PIB pelo mercado financeiro, que deve chegar a 2,25%, aumentou as vendas do varejo além de contribuir para a geração de empregos - o que também impacta a arrecadação de tributos.
Além disso, Olenike menciona que a inflação, que deve encerrar o ano em cerca de 4,36%, provoca aumento na arrecadação, pois aumenta o preço dos produtos. É como um movimento de carrossel, considerando que, com o aumento dos preços, isso aumenta a receita das empresas e, consequentemente, afeta a base de cálculo de recolhimento de tributos. “Isso acontece todos os anos: quanto maior a inflação, maior a arrecadação”, diz.
Outros fatores que contribuíram para o aumento da arrecadação, segundo Olenike, foram o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), além da tributação sobre jogos de apostas e cassinos, as famosas bets, assim como a taxa das blusinhas. “No Paraná, por exemplo, o ICMS era 19% em 2024 e agora está em 19,5%.”
O presidente-executivo do IBPT também lembra que, no governo atual, alguns benefícios fiscais foram derrubados, como o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que isentava o setor de alguns tributos para auxiliar sua retomada no pós-pandemia e foi encerrado em 2025, contribuindo também para aumentar a arrecadação.
Gasto público atinge R$ 5 trilhões
Enquanto a arrecadação de 2025 fechará o ano em R$ 3,9 trilhões, os gastos públicos, medidos pelo Gasto Brasil, encerrarão o ano acima de R$ 5 trilhões, sendo R$ 2,14 trilhões do caixa do Governo Federal, R$ 1,41 trilhão dos estados e R$ 1,44 trilhão dos municípios. A ferramenta de transparência da ACSP alterna sua visualização com o painel do Impostômetro.
Quando o Gasto Brasil foi lançado, em abril deste ano, ele registrava R$ 1,6 trilhão, enquanto o Impostômetro marcava R$ 1,2 trilhão, uma diferença de R$ 400 bilhões. Agora, essa diferença ultrapassa R$ 1,1 trilhão.
De acordo com o Gasto Brasil, entre as principais despesas do Governo Federal, destacam-se 11 categorias que representam 96% do total. A maior parte das despesas desse grupo são a Previdência, as Despesas com Pessoal e os Encargos Sociais, sendo que essas três categorias representam 60% do total. Os gastos federais com a Previdência somavam, até o dia 16/12, R$ 1,404 trilhão.
Pagamento de impostos por Estado no Nordeste (em R$ bilhões)
Bahia - 128,4
Pernambuco - 93,3
Ceará - R$ 74,7
Maranhão - 37,8
Paraíba - 29,6
Rio Grande do Norte - 28,6
Piauí - 22,1
Alagoas - R$ 20,8
Sergipe - 18,9
