Economia
D�lar fecha a R$ 3,17 e risco-pa�s volta a subir

São Paulo - O dólar comercial encerrou o dia de ontem em alta de 0,47%, vendido a R$ 3,17 e comprado a R$ 3,16. A quantidade de rumores disseminada e a tremenda volatilidade das cotações mostraram um mercado desencontrado e suscetível à especulação, mesmo após o anúncio de um pacote de US$ 30 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). O risco-país brasileiro encerrou a terça-feira bastante próximo à sua máxima histórica (2.390 pontos), registrada em 30 de julho deste ano, após subir 2,8%. Com 2.284 pontos, o risco brasileiro é hoje o terceiro maior do mundo, atrás apenas da Argentina (7.008 pontos) e da Nigéria (3.197 pontos). Os títulos da dívida brasileira negociados no Exterior, sobre os quais opera o risco-país, caíram. O C-Bond, principal desses papéis, recuou 1,67% para 51,625% do valor de face. Embora o risco e os títulos tenham melhorado durante o dia e até revertido temporariamente a tendência devido a uma onda de rumores, entre os quais a suposta compra de títulos pelo Banco Central (BC) no Exterior, o efeito do rebaixamento persistiu. O mercado ficou de olho na dificuldade do BC em rolar contratos cambiais que vencem nesta semana. Do montante total de aproximadamente US$ 2,5 bilhões, foram rolados - entre uma operação anteontem e outras duas ontem - US$ 1,535 bilhão. O mercado, sobretudo os investidores externos, têm dúvidas sobre a transição presidencial, que ocorre em janeiro, e a manutenção do atual modelo econômico brasileiro no caso de vitória de um candidato de oposição. Falta de rumos Assustado com a falta de rumo das cotações, o investidor tem esperado fora do mercado para comprar e, principalmente, vender dólares. Praticamente operando sozinhos, bancos acabam segurando o preço lá em cima, comprando pouco e não vendendo nada, seja agindo em nome de empresas que precisam pagar dívidas fora do País, seja para bancar uma aposta na alta do dólar. O dólar, ontem, já iniciou o dia em forte alta, repercutindo o rebaixamento, na noite de segunda-feira, dos títulos da dívida brasileira pela agência classificadora de risco Moodys. As cotações melhoraram quando o Banco Central vendeu dólares no mercado à vista, segundo operadores. Embora tenha suspendido na última quinta-feira o compromisso de intervir no câmbio à vista diariamente, o BC não teria, até agora, passado um dia sem atuar. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou ontem em queda de 2,87% aos 9.444 pontos, mínima do dia. Foi a terceira baixa consecutiva. O pregão ontem teve um ritmo de montanha-russa, muita oscilação nos preços. A maior queda foi da ação preferencial da Tele Nordeste Celular, que perdeu 7,6%.