Economia
Brasil volta ao topo no ranking dos juros altos

A taxa de juro real brasileira, aquela que desconta a inflação, voltou a subir em julho e ultrapassou a da Polônia, até então a maior do mundo. Com isso, o Brasil ocupa o pior lugar no ranking das mais altas taxas do mundo, o que não ocorria desde julho de 2000. Os dados fazem parte do relatório mensal de taxas de juros elaboradas pela consultoria Global Invest. Hoje, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, define a nova taxa de juros brasileira e a expectativa do mercado é que continue nos mesmos 18% ao ano. Há, porém, quem vê espaço para uma pequena queda de 0,25% como o Bank of America. De acordo com o estudo da Global Invest, o juro real brasileiro chegou a 10,3% ao ano em julho. Na Polônia, segunda colocação no ranking, com juro real de 9,4% ao ano, a taxa vem caindo agressivamente nos últimos 12 meses, após atingir o ápice de 25,9% ao ano em julho de 2001. Os Estados Unidos, por exemplo, onde o juro nominal está em 1,75% ao ano -o menor nos últimos quarenta anos- têm juro real de 0,3%. Já a Argentina que tem juros nominais de 46,6% ao ano -o maior entre os países pesquisados- é o país com a menor taxa real do mundo. Ou seja, o país subsidia juros. Descontada a inflação, o juro real argentino está negativo em 4,3% ao ano. O relatório da consultoria destaca ainda que em 41 meses de realização da pesquisa o Brasil é o único país que esteve sempre entre os quatro primeiros do ranking de maior taxa. O levantamento da Global Invest abrange 40 países, sendo 23 emergentes e 17 desenvolvidos. Para agosto, a consultoria projeta uma taxa real de 10,4% ao ano, patamar que deve se repetir em setembro.