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Nº 5759
Esportes

A troca do bon� de corrida pelo aut�ntico chap�u de couro e a desconfian�a da classe pol�tica

Quando fala dos hábitos do Sertão que não cultivava na Cidade Maravilhosa, Juvenal logo faz referência ao tradicional chapéu de vaqueiro, hoje parte indispensável de sua vestimenta. “Quando retornava a Alagoas, tratava logo de substituir o boné de jóque

Por | Edição do dia 22/09/2002 - Matéria atualizada em 22/09/2002 às 00h00

Quando fala dos hábitos do Sertão que não cultivava na Cidade Maravilhosa, Juvenal logo faz referência ao tradicional chapéu de vaqueiro, hoje parte indispensável de sua vestimenta. “Quando retornava a Alagoas, tratava logo de substituir o boné de jóquei pelo chapéu de couro. Quando não o uso é como se estivesse faltando alguma coisa na minha vestimenta”, comenta. Para o agora vaqueiro, o momento é de fazer a esposa e os dois filhos pequenos, todos cariocas, superarem as adversidades da adaptação, no que se refere à mudança radical da cidade do Rio de Janeiro para a “pequena” e distante Delmiro Gouveia, cuja realidade socioeconômica é outra bem diferente. “A mudança repentina da cidade grande para a pequena é muito extensa. A “verba”, que corre pelas bandas de cá, é bem pequena e, em termos de investimento, também tem suas dificuldades, mas o objetivo é superá-las e mais uma vez vencer”, ressalta Juvenal Machado da Silva, que não deve desanimar diante das possíveis dificuldades – “já estou preocupado com a escassez de chuvas”, afirma – na reconstrução de uma nova vida na terra deixada para trás no início da década de 1970. “Deus me defenda!” Embora não sinta “ainda” saudades da vida no Rio, Juvenal Machado quer distância dos políticos que buscam seu apoio para fins eleitoreiros na região sertaneja. “Quando participo de vaquejadas sempre tem um ou outro divulgando meu nome para tirar algum proveito. Outros me pediram para colar cartazes na parede da churrascaria e respondi que cartaz só se for do Juvenal”, conta. E completa: “Agora, quando eu for candidato...”. Indagado se tem ou não pretensões de ser candidato, Juvenal arremata de forma bem sertaneja: “Deus me defenda!. Nunca!”. Juvenal curte hoje a sua aposentadoria em Delmiro Gouveia. “Tudo o que consegui na vida foi através do turfe. Parei na hora certa, mas no coração e na memória jamais vou esquecer do Hipódromo da Gávea, onde vivi as maiores emoções de minha vida”. O turfe brasileiro ficou mais pobre com a aposentadoria de um gênio e os gênios aparecem de vez em quando, deixando saudades quando saem de cena.

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