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A trajet�ria do zagueiro que venceu o preconceito

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Trepado na cerca que demarcava o terreno do estádio, o menino de pele negra aguardava ansioso o momento em que poderia, enfim, entrar em campo. Observava os outros garotos brancos, alguns loiros, filhos dos ricos que povoavam e dominavam o aristocrático bairro de Pajuçara. Queria estar entre aqueles garotos, mostrar que também era bom de bola. Mas, ?preto e pobre?, só podia ?usar? o campo da Pajuçara depois que os garotos filhos de famílias de sobrenomes tradicionais terminavam o treino e deixavam o campo. A 2ª Guerra Mundial havia terminado naquele ano. O menino nascido em Viçosa acabara de completar 10 anos. Depois de uma temporada em União dos Palmares, a família veio morar na Pajuçara, onde ele aprendeu a amar o CRB. Seu nome era Itamar Lourenço do Nascimento, que ficaria conhecido como Dengoso, um dos melhores quarto-zagueiros que já passaram pelo futebol alagoano. ?Eles só permitiam que eu treinasse no CRB porque meu pai trabalhava na antiga Farmácia Pasteur e era uma pessoa considerada. Eu era o único preto naquela época que podia entrar no clube?, lembra Itamar Dengoso, hoje com 78 anos. Aos 15 anos, ele passou a treinar com o time juvenil. Chegava a perder as aulas no Grupo Escolar Diégues Júnior, onde estudava, para se dedicar às atividades físicas e aos coletivos. Treinava bem, era o melhor na posição, mas nunca ganhou uma chance no time titular.

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