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Nº 5808
Esportes

Oscar: “Gostaria de ficar para sempre”

São Paulo - O “Mão Santa” Oscar Schmidt, o  maior cestinha brasileiro de  todos os tempos, joga a temporada de despedida em  uma carreira de 31 anos de  basquete. Pelo Flamengo, na  disputa do Campeonato Nacional, dá adeus aos fãs - com direito a homenage

Por | Edição do dia 26/02/2002 - Matéria atualizada em 26/02/2002 às 00h00

São Paulo - O “Mão Santa” Oscar Schmidt, o  maior cestinha brasileiro de  todos os tempos, joga a temporada de despedida em  uma carreira de 31 anos de  basquete. Pelo Flamengo, na  disputa do Campeonato Nacional, dá adeus aos fãs - com direito a homenagens de torcidas rivais nos ginásios por onde passa. Em Bauru, “foi de arrepiar” ser recebido por crianças e ouvir o público gritar seu nome. Aos 44 anos, completados no dia 16, Oscar sabe que tem de parar, mas não está preparado. “Daria tudo para começar de novo”. “Pavor” é o sentimento que vem à mente quando imagina a vida sem o basquete. Mas, admite, muitas vezes vai além de seu limite para jogar. “Deus me fez durar até os 44 anos como recompensa, porque sempre me esforcei demais”. Nunca desejou fazer algo diferente de jogar basquete. “Sei que tenho de parar, mas confesso que gostaria de ficar para sempre. Não gosto nem um pouco da idéia de ir embora. Logo eu, que sempre fui o mais “fominha” de todos... Sei que vou morrer pela primeira vez quando parar”. Para conter a ansiedade, Oscar tenta “curtir cada dia, enquanto falta muito tempo para o último jogo” - refere-se ao fim do Nacional, que terá 17 rodadas no turno e mais 17 no returno, até dia 7 de maio, mais a fase de playoffs, que depende de classificação. O foco no último jogo está, por enquanto, desviado pela expectativa da chegada do filho, Felipe, de 16 anos, no fim de março ou no começo de abril. Felipe, que faz o segundo grau na Admiral Farraugt Academy, em St. Petersburgh, na Flórida (EUA), virá ao Brasil para jogar três partidas oficiais pelo Flamengo. “Já mandei a camisa para ele”, diz Oscar. Felipe usará a camisa 41, o número 14, do pai, invertido. “Quem está curtindo essa idéia de jogar ao lado dele sou eu. Mas é jogo de campeonato, em que o Flamengo tem de ganhar... Pode ser até que ele tenha de ficar no banco”. Na vida pós-quadra, está afastada uma nova participação política - foi secretário estadual de Esportes e candidato a senador. Quer passar mais tempo com a família e ainda tem contrato de mais um ano com o Flamengo, mas não como jogador. “Vamos ver o que vão me dar”. Depois disso, não tem a menor idéia do que fará. “Ainda não achei nada melhor do que jogar basquete”. E o futuro do basquete brasileiro? Oscar acha que falta um jogador do Brasil “cair nas graças de um técnico da NBA e ter 20 minutos para mostrar seu jogo”. Com um atleta na liga norte-americana, os torcedores poderiam olhar mais para o esporte, que, segundo Oscar, não tem “espaço” no País. Para ele, o futebol ocupa “as cinco primeiras posições” na preferência da mídia e do público. Oscar espera que a seleção brasileira faça um bom Mundial, em Indianápolis, no fim de agosto, o que ajudaria a dar moral ao esporte. Cita o ala Marcelinho como o jogador de maior carisma da atual geração. Nem sabe como o basquete, “que, por sinal, tem um forte campeonato de clubes, sobrevive” no País da monocultura do futebol. “O brasileiro é versátil, se adapta a qualquer crise, até à dengue... No esporte também é assim”.

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