Esportes
Futebol apagou a linha da cor

No final de seu brilhante ensaio O Negro no Futebol Brasileiro, Mário Filho sentencia: ?O futebol apagara a linha da cor?. Um momento dessa reviravolta foi quando os times de todo o mundo sonhavam com a compra do ?rei?. Segundo ele, os lances foram estratosféricos, chegando, na época, à cifra de US$ 1, 5 milhão. O time do Santos resistiu às investidas, e segurou o craque. ?Sem poder conquistar Pelé, o único preto que queria, a Itália acabou abrindo as portas de um futebol racista para os pretos. Os sucedâneos de Pelé foram escurecendo os times italianos?. Começava o êxodo dos futebolistas brasileiros para o futebol mundial. A exportação de craques começou mais cedo, em 1931, quando a ?Maravilha Negra?, o meio de campo Fausto, trocou o Vasco da Gama pelo Barcelona, e o ?divino? Domingos da Guia saía do Vasco para o Nacional do Uruguai. Nas décadas seguintes a debandada de talentos prosseguia: Leônidas da Silva, Heleno, Julinho, Didi, Mazola, Amarildo, Falcão, Zico, Júnior, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Kaká.