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Santos venceu as tr�s finais contra Corinthians

São Paulo - Se o retrospecto entre Santos e Corinthians for mantido, a equipe da Baixada, enfim, quebrará o jejum de 18 anos sem títulos de porte. Os dois clubes já protagonizaram três decisões e o time do Parque São Jorge levou a pior em todas as oportunidades. A primeira vez foi no Estadual de 1935 da Liga Paulista de Futebol. Naquela época o torneio era disputado em sistema de pontos corridos e os rivais fizeram o penúltimo jogo do torneio, em 17 de novembro. História Para os santistas, que tinham 18 pontos, o empate já era o suficiente. Os corintianos, que somavam 15, precisam vencer para chegar aos 17 (o triunfo valia dois pontos) e depois bater também o Palestra Itália. Mas o Santos não deixou o título escapar e comemorou o título em pleno Parque São Jorge com a vitória por 2 a 0, gols de Raul e Araken. Depois, o Corinthians também perdeu para o Palestra (2 a 1) e acabou em terceiro lugar. Já em 1984, também pelo Paulista, outro triunfo da equipe da Vila. Diferentemente do que muitos pensam, naquele ano não houve final. Curiosamente os dois times se enfrentaram na última rodada e eram os únicos que disputavam o título. Quem vencesse naquela tarde de 2 de dezembro, no Morumbi, ficaria com a taça. O Santos, com 55 pontos, jogava novamente pelo empate diante do Corinthians (54), mas novamente saiu com a vitória. O atacante Serginho Chulapa tornou-se o herói santista ao marcar o único gol do jogo, naquela que foi a última conquista relevante do clube. Em 1996 o Santos voltou a levar a melhor sobre o Corinthians. Desta vez em um evento amistoso, o Torneio de Verão, que contou também com a participação de Grêmio e Cruzeiro. Na final disputada na Vila, os donos da casa venceram por 3 a 1. Diferentes Um clube joga para fechar o ano perfeito contra outro que tenta renascer com um time cheio de garotos e que empolgou o país. Corinthians e Santos, na 32a final diferente em 32 edições do Nacional já realizadas, vão decidir o Campeonato Brasileiro com objetivos bem diferentes. O título nacional terá significados bem diferentes para cada uma das equipes finalistas. No caso corintiano, será o fecho de ouro de uma temporada quase perfeita. O time ganhou a Copa do Brasil e o Rio-São Paulo no primeiro semestre. Agora tenta ser o primeiro clube a conquistar os dois títulos nacionais mais importantes em um mesmo ano. Campeão em 1990, 1998 e 1999, o Corinthians, se também triunfar agora, irá igualar-se a Flamengo, Palmeiras e Vasco, recordistas de títulos brasileiros. Para o Santos, que já garantiu sua volta à Libertadores, que não disputava desde a década de 80, o título irá valer a volta aos tempos de glória. Desde 1984, quando foi campeão paulista, o time não ganha um campeonato de primeira linha. Entre os sócios fundadores do Clube dos 13, nenhum teve desempenho tão pífio desde que a entidade foi criada, em 1987. ### Números provam que técnicos são ofensivos São Paulo - Parreira e Leão são retranqueiros? O Campeonato Brasileiro-02 está pondo no chão a incômoda fama que os dois técnicos finalistas sempre carregaram desde que o primeiro deixou de ser preparador físico e o segundo, goleiro. Se retranqueiro é aquele que abdica de atacar com o propósito de montar uma defesa sólida e não ver sua equipe tomar muitos gols, o adjetivo não cabe de nenhum jeito, no torneio deste ano, nem ao corintiano, nem ao santista. Ambos os times alvinegros e paulistas que passam a decidir o título nacional a partir de hoje, no estádio do Morumbi, além de tomar muitos gols, são donos de ataques eficientes. O Corinthians do técnico Carlos Alberto Parreira marcou 48 gols em 29 partidas e apresenta uma média de 1,66 gol por partida. Já o Santos de Émerson Leão chegou 54 vezes às redes adversárias, atingindo a média de quase dois gols por partida (1,86). Dados Neste Brasileiro, só o São Paulo, que foi eliminado nas quartas-de-final, ultrapassou a média de dois gols por jogo -2,19. Lá atrás, o time do Parque São Jorge está longe de ser impenetrável: tomou 41 gols, o que resulta uma média de 1,41 por jogo. Na defesa, o desempenho santista é levemente melhor que o corintiano. Levou 39 gols e mostra uma média de 1,34 gol por partida. Se o critério para chegar à final do torneio fosse a melhor média de gols sofridos, Corinthians e Santos não jogariam hoje. O time da Vila Belmiro tem o quinto melhor aproveitamento defensivo, e o Corinthians, o nono. Se a prática do futebol pragmático (leia-se defensivista) sempre foi associada tanto a Leão quanto a Parreira, vale apontar que, com exceção dos Brasileiros de 2001 e 2000, nenhum campeão nacional, desde o torneio de 1971, teve média de gols sofridos tão alta. Vocação E, caso se mantenha nestas duas partidas finais a vocação de fazer e tomar muitos gols das duas equipes, essa decisão de Campeonato Brasileiro promete. Os jogos em que o Corinthians esteve em campo obtiveram a altíssima média de gols de 3,07. Já nas partidas em que o Santos foi protagonista, a média se mostra ainda maior: 3,21 gols. Esses números já vislumbram o que vem por aí. Nos jogos que envolvem os times de Leão e Parreira, a média de gols marcados é maior que a média geral do Campeonato Brasileiro deste ano (3,02), que por si já é a maior registrada na história do torneio. Um dos motivos da chuva de gols nos jogos envolvendo Corinthians e Santos está na forma como os dois times são escalados. O time da capital joga com três atacantes (Deivid, Guilherme e Gil), enquanto o Santos conta com apenas um volante (Paulo Almeida) com forte característica de marcação.