Cresce rejei��o a Rom�rio na Sele��o Brasileira
Cuiabá Enquanto a diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tenta encontrar uma forma de convencer os jogadores mais experientes do grupo que vai estar na Copa do Mundo da Coréia e do Japão a se esforçarem para conviver com Romário, ou
Por | Edição do dia 08/03/2002 - Matéria atualizada em 08/03/2002 às 00h00
Cuiabá Enquanto a diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tenta encontrar uma forma de convencer os jogadores mais experientes do grupo que vai estar na Copa do Mundo da Coréia e do Japão a se esforçarem para conviver com Romário, outra questão preocupa a comissão técnica e parte do staff que está em Cuiabá. É cada dia maior a rejeição do atacante vascaíno dentro do grupo. Embora no discurso a maioria faça questão de enaltecer as qualidades técnicas de Romário, ao dizer que ele é um jogador que não precisa mais ser testado para defender a seleção, na prática a história é diferente. Todos já estão cansados dos protestos da torcida e da pressão de parte da imprensa, que cobram a convocação do artilheiro do último Campeonato Brasileiro. O resultado disso é o surgimento de uma antipatia indireta por Romário dentro do grupo. Mesmo aqueles que não o conhecem bem, e que por isso não teriam motivo nenhum para não gostar dele, já passaram a associar o atacante às constantes manifestações (sempre contrárias) dos torcedores diante da Seleção Brasileira. Romário tem uma imagem negativa entre os atletas. A cúpula da CBF sabe disso. Ele é visto como um sanguessuga, ou seja, aquele jogador que não corre durante o jogo, mas faz um gol e acaba deixando o campo como herói. E para piorar, o jogador do Vasco não parece estar se esforçando muito para corrigir aquele que, na opinião de muitos na seleção, é seu maior defeito: a soberba. Depois de ter praticamente se escalado para a partida contra a Iugoslávia, no próximo dia 27, em Fortaleza, ao dizer que se não estou nessa, estarei na próxima, sobre seu nome não constar na relação da equipe que enfrentou a Islândia ontem, em Cuiabá, Romário também não poupou alguns companheiros. Ironias Durante a semana, ele ironizou a presença de Vampeta e Alex entre os 18 lembrados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para o jogo de ontem. Tal atitude só fez crescer ainda mais a contrariedade do grupo em relação a ele. O receio geral é que essa repugnância possa comprometer o desempenho da equipe durante a preparação para o Mundial e dentro da própria competição. E não é preciso muita sensibilidade para perceber que a situação de fato existe na seleção. Aos poucos, os atletas começam a evidenciar isso. Comentários que, até pouco tempo atrás, eram feitos apenas em bate-papos reservados, já começam a aparecer em entrevistas e conversas coletivas. Eu acho que não tem nada a ver essa cobrança pelo Romário. Ele teve a oportunidade dele, venceu uma Copa do Mundo e agora é a vez de outros jogadores, afirmou o atacante Washington. Quem também não se conteve em opinar sobre o caso foi o meia Kaká. A pouca idade (19 anos) e a inexperiência na seleção brasileira (até aqui foram três convocações) não o inibiram. Acho um desrespeito com os jogadores que estão aqui essa situação, afirmou o destaque do São Paulo. Pois é, aos poucos a CBF descobre que chamar Romário, ao contrário do que se pensava, não é a solução para todos os problemas.