FAM�LIA CHORA A MORTE DO JOVEM ARTHUR MAIA

O desejo de despontar a carreira na Europa e vestir a camisa da Seleção Brasileira parecia possível para o jovem Arthur Maia. Porém, aos 24 anos, em meio a um turbilhão de emoções vivido nos últimos dias, o jogador alagoano teve os sonhos interrompidos abruptamente após a queda do avião da Lamia, na cidade de Medellín, na Colômbia, matando, com ele, 71 pessoas, entre elas jogadores, comissão técnica da Chapecoense-SC e jornalistas que cobririam a partida entre a equipe brasileira e o Atlético Nacional-COL, pela Copa Sul-Americana. O acidente ocorreu na madrugada de ontem e consternou o mundo. O atleta nasceu em Maceió, começou a bater bola nas ruas simples do Vergel do Lago, e os parentes, até ontem, pareciam não compreender a tragédia. Aguardavam as diretrizes da Embaixada Brasileira na Colômbia para o translado do corpo em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). O empresário do jogador, Reginaldo Campos, que mora em Salvador, está na incumbência de resolver as questões burocráticas. O sepultamento será na capital alagoana em data a ser agendada posteriormente. Com semblante abatido, Roberto Maia, pai do atleta, diz que recebeu um informe do acidente por volta de 4 horas da manhã. Lembra que acordou assustado e ávido por notícias concretas. ?A expectativa e ansiedade foram grandes. Surgiu a esperança de que o pior não havia acontecido depois que noticiaram que tinham sobreviventes na tragédia, mas, infelizmente, o Arthur não escapou?, relatou. Roberto disse que falou com o filho pela última vez no domingo, após a partida do time contra o Palmeiras, válida pelo Campeonato Brasileiro. O jogador seguia para o exame antidoping e não pôde atender, primeiramente. Retornou a ligação posteriormente e disse que estava bem e se preparando para o jogo decisivo pela final da Sul-Americana. No dia anterior, o jogador enviou um vídeo para os parentes treinando na academia e, momentos antes de embarcar da cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em direção a Medellín, na Colômbia, manteve contato com a noiva, com quem estava de casamento marcado para o ano que vem, e depois mandou um recado para o pai, via mensagens de texto de celular, para avisar que estava embarcando para o destino final da viagem. Os contatos com os parentes eram diários.