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F-1: expectativa de mais um show no GP do Brasil

São Paulo - As opiniões ainda estão divididas, e não existe consenso sobre a eficácia das novas regras impostas à Fórmula 1 em 2003 pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Mas, para aqueles que acompanham de longe o espetáculo, há muito não se via um início de temporada tão movimentado e imprevisível. Duas provas se passaram, dois vencedores diferentes. A desacreditada McLaren, que em 2002 não passou do terceiro lugar no mundial de construtores e disputou posições com o segundo pelotão, foi a única vencedora e lidera o Campeonato. Schumacher, o pentacampeão, no cockpit da poderosa Ferrari, errou duas vezes e ainda não subiu ao pódio em 2003. O circo chega então ao Brasil, terceira etapa do Mundial, única prova na América do Sul, que será disputada neste domingo, a partir das 14h, em Interlagos. O circuito, mais uma vez, foi reformado. Desta feita com um planejamento e cuidado sem precedentes. Pela primeira vez as equipes e pilotos chegaram e não viram mais obras de última hora. Os fiscais da FIA aprovaram tudo e até elogiaram. Tudo aponta para um grande espetáculo. A Ferrari está mordida e quer provar que ainda é a melhor, a McLaren, empolgada com o sucesso inicial, quer continuar demostrando que veio para competir. A Williams parece ter acertado a mão no novo carro nos últimos testes em Barcelona, e não quer ficar para trás. Finalmente a Renault, surpresa com a pole no GP da Malásia, e que não fez feio na corrida, vem para mostrar que pode correr com os grandes. Pressão Dentre os pilotos, a maior pressão recai sem dúvida sobre Michael Schumacher, duramente criticado nas últimas semanas, especialmente após o erro na volta inicial do GP da Malásia, quando estragou o dia de muita gente, inclusive o próprio. Seu empresário chegou a afirmar que Schumacher estaria aborrecido com as críticas, e que isso poderia desestimulá-lo a prosseguir na Fórmula 1. O piloto tenta mostrar que não se abate, e garante que a Ferrari ainda é a mais rápida e que vai voltar a vencer. Não há sinais de crise, mas outro erro e um mau resultado no Brasil faria o clima piorar bastante. Rubens Barrichello não se envolveu na polêmica. Tranqüilo, segue seu trabalho na escuderia italiana com um profissionalismo que poucos esperavam dele depois dos primeiros anos na Ferrari. Mentalmente, Rubinho nunca esteve tão bem, e, se o título parece uma possibilidade mais distante, vencer aqui poderia vir a ser o ponto alto de sua carreira e sem dúvida sua maior emoção. Com dois pódios em duas corridas disputadas na temporada, incluindo a primeira vitória da carreira no GP da Malásia, o finlandês Kimi Raikkonen (McLaren), que com 16 pontos marcados é o líder do campeonato até o momento, chegou desafiador e pronto para brigar. Estão também na parada o companheiro de Raikkonen na Mclaren, David Coulthard, vencedor na Austrália, Montoya e Ralf Schumacher da Williams, e os dois pilotos da Renault, Fernando Alonso e Jarno Trulli. Classificação atual: 1 - Kimi Raikkonen (FIN) 16 pontos; 2 - David Coulthard (ESC) 10; 3 - Juan Pablo Montoya (COL) 8; 4 - Rubens Barrichello (BRA) 8; 5 - Fernando Alonso (ESP) 8; 6 - Michael Schumacher (ALE) 8; 7 - Jarno Trulli (ITA) 8; 8 - Ralf Schumacher (ALE) 6; 9 - Heinz-Harald Frentzen (ALE) 3; 10 - Jason Button (ING) 2; 11 - Nick Heidfeld (ALE) 1. Demais provas: 20/04 - San Marino Imola; 04/05 - Espanha Barcelona; 18/05 - Áustria Zeltweg; 01/06 - Mônaco Montecarlo; 15/06 - Canadá Montreal; 29/06 - Europa - Nurburgring (Alemanha); 06/07 - França - Magny-Cours; 20/07 - Inglaterra Silverstone; 03/08 - Alemanha Hockenheim; 24/08 - Hungria Hungaroring; 14/09 - Itália Monza.