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Brasil x Uruguai: o clássico dos opostos

Brasil e Uruguai fazem, hoje, às 21h45, no Estádio Centenário, em Motenvidéo, um dos principais clássicos sul-americanos. O jogo, válido pela 13ª rodada das Eliminatórias, pode ser considerado como o duelo de opostos. A seleção brasileira é vice-líder, com 23 pontos, e a cada rodada está mais próxima da Copa do Mundo de 2006, enquanto os rivais ocupam a quinta colocação e somam 15 pontos. Caso os uruguaios mantenham o desempenho regular (em doze jogos foram quatro vitórias, três empates e cinco derrotas, perdeu até da Venezuela) correm o risco de repetir o mesmo caminho trilhado nas eliminatórias passadas, quando terminaram em quinto lugar e foram obrigados a disputar a repescagem, classificando-se para a Copa de 2002 após superar a Austrália. Para a partida, os técnicos das duas seleções fazem mistérios com relação à escalação. Pelo Brasil, Carlos Alberto Parreira afirma que só divulgará o time titular minutos antes da partida. Fica a dúvida entre Robinho ou Juninho Pernambucano. Luisão é nome certo no lugar do suspenso Juan. Os demais jogadores serão os mesmos do jogo contra o Peru, no domingo passado. A única certeza na seleção brasileira é o novo esquema adotado por Parreira, o 4-2-2-2. No lado uruguaio, o treinador Jorge Fossati realizou treino com portões fechados, não autorizando a presença da imprensa. Mudanças prováveis no time só Javier Delgado e Marcelo Sosa podem ser novidades em relação à equipe, que empatou no último sábado com o Chile, por 1 x 1. Caçada a ronaldo A fase de Ronaldo poder não ser das melhores. Mas o atacante não terá sossego na partida desta quarta-feira contra o Uruguai, em Montevidéu, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. Na véspera do jogo, o treinador do Uruguai, Jorge Fossati, prometeu promover uma caçada ao jogador. Nenhum de nós é idiota o suficiente para pensar que ele está remendado e que por isso não teríamos que ter cuidado com ele. Se ele jogar, então deve usar um monte de caneleiras, porque as coisas vão ficar duras para ele, ameaçou Fossati. E o treinador tem armas para colocar em prática a sua ameaça. O capitão do Uruguai é o zagueiro Paulo Montero, da Juventus, líder do ranking de cartões vermelhos do Campeonato Italiano. Outra arma é o zagueiro Lugano, do São Paulo, reconhecido pelo estilo duro de entrar nas jogadas. Depois da rodada desta semana (confira jogos de hoje na tabela ao lado), o Brasil voltará a campo no dia 4 de junho para enfrentar o Paraguai, em casa (local ainda a ser definido). Três dias depois faz clássico contra a Argentina, em Buenos Aires. Brasil: Dida; Cafu, Lúcio, Luisão e Roberto Carlos; Emerson, Juninho Pernambucano (Robinho), Zé Roberto e Kaká; Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. ### Seleção amarga um jejum de 29 anos Definitivamente, Montevidéu não reserva boas lembranças à seleção brasileira. Em jogos realizados na capital uruguaia, a equipe pentacampeã tem colecionado fracassos. Em 22 partidas, o Brasil venceu apenas três vezes, empatou oito e perdeu onze. Jogando no Estádio Centenário, palco do jogo de hoje, pela 13ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, os pentacampeões amargam um jejum de 29 anos sem triunfo. O Brasil venceu os uruguaios em Montevidéu pela última vez em 25 de fevereiro de 1976. Em jogo válido pela Taça Atlântico e Copa Rio Branco, a seleção fez 2 x 1, gols de Nelinho e Zico. A última vitória no Centenário já seria histórica por ter se tratado da estréia na seleção brasileira de um dos maiores ídolos do futebol mundial, Zico. Nos seis jogos seguintes, quatro derrotas e dois empates. Três gols marcados e oito sofridos. As outras vitórias do Brasil na capital uruguaia aconteceram em 1916: 1 x 0, em amistoso realizado no Parque Central, e 1932: 2 x 1, pela Copa Rio Branco. Não acredito em tabus, mas podemos usá-lo para nos motivar. Se jogarmos com inteligência poderemos deixar Montevidéu com mais três pontos na bagagem, disse o lateral-esquerdo Roberto Carlos. Apesar do retrospecto negativo fora, o Brasil leva vantagem no confronto geral. Em 69 embates, são 32 vitórias, contra 20 (17 empates). A seleção marcou 120 gols e foi vazada 90 vezes. O último encontro entre os ri-vais aconteceu na Copa América de 2004, disputada no Peru. Em Lima, empate por 1 x 1. No primeiro turno do qualificatório, em Coritiba, 3 x 3.