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quinta-feira, 10/07/2025 | Ano | Nº 6007
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Cambistas montam rede de ingressos

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WELLINGTON SANTOS FERNANDA MEDEIROS Repórteres Os cambistas se tornaram, definitivamente, o grande calcanhar de Aquiles no projeto que nasceu para oferecer ao torcedor - principalmente ao mais humilde - a oportunidade de assistir às partidas de futebol sem muito custo. Só que isso hoje se tornou um pesadelo e uma verdadeira via crucis para os torcedores. Segundo denúncias, na hora de trocar suas notas, os torcedores estão sendo impedidos de chegar às bilheterias e efetuar a troca por ingressos por causa dos cambistas. A Gazeta foi às ruas em dia de jogo e em estabelecimentos comerciais e constatou que foi montada uma verdadeira rede de cambistas com os ingressos da campanha Cidadão Nota 10. Constatou que o comércio corre solto com o ingresso de venda proibida, originado das trocas das notas e cupons fiscais do Programa da Secretaria Executiva da Fazenda (Sefaz). Preços variados Disfarçada de torcedores comuns, a reportagem da Gazeta constatou, especificamente no jogo CSA x Penedense, realizado no dia 5 deste mês, que os cambistas comercializavam, livres e soltos, o ingresso da chamada campanha Cidadão Nota 10, proibido para comercialização. Dezenas de cambistas vendiam ingressos que variavam entre R$ 1 e R$ 5. Olha aí, cidadão, aqui é três reais, bradava um cambista a poucos metros das bilheterias do Rei Pelé. O meu é dois reais, é do mesmo!, gritava outro. Quando a reportagem (disfarçada de torcedor) pedia para ver a impressão do ingresso, o cambista mostrava, sem constrangimento, o ingresso do Cidadão Nota 10, com o carimbo proibida a venda. Em dias de jogo no Trapichão os cambistas já começam a se instalar a partir da Igreja de São José, na Avenida Siqueira Campos, no Trapiche, onde ficam assediando as pessoas que passam pela avenida. Um deles, quando questionado pela reportagem por que vendia um bilhete que era proibido, respondeu. É melhor comprar aqui de cinco, quatro ou três, do que ir para a bilheteria e pagar R$ 10, justificou o cambista. Supermercados A Gazeta também constatou que em portas de supermercados de Maceió crianças - em sua maioria meninos - ficam abordando os clientes, pedindo os cupons fiscais de quem vai comprar nesses estabelecimentos. A reportagem obteve informações, ainda, de que os cupons conseguidos pelas crianças seriam comprados delas por cambistas, ao preço de R$ 0,50, cada um. A sugestão da PM Para o coronel Marco Antônio Brito, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), se uma sugestão dada por ele para coibir a ação dos cambistas tivesse sido aceita, os torcedores não reclamariam tanto. Sugerimos que esses ingressos tivessem o nome e o registro das pessoas para inibir os cambistas, mas a Sefaz não acatou. Esse problema não é da PM, mas virou caso para a Delegacia de Defraudações. E a culpa é também do torcedor que compra esse tipo de ingresso, desabafou. ### Idéia é ótima, mas está comprometida Para o coordenador administrativo do CRB, responsável pela parte de comercialização de ingressos, Elder Pereira, está sendo montado um verdadeiro cartel e máfia dos cambistas, que só tem prejudicado os clubes e o torcedor mais humilde. A concepção foi maravilhosa, pois dá a chance de o dinheiro que as pessoas compram pão, leite e outros possa servir também para um lazer atrativo que é o futebol, sobretudo as mais humildes. Mas, ao mesmo tempo, Elder constata outra realidade. A campanha está comprometida, pois alguns agentes estão falhando. Acho que a Secretaria da Fazenda poderia ampliar os locais e postos de trocas e divulgar esses locais com antecedência, para facilitar a troca dos torcedores, opina. Ele ainda não contabilizou o prejuízo que o CRB está tendo com o torcedor que compra o ingresso proibido e deixa de lado aquele que deveria entrar na conta do clube. Inviável O CSA é o mais prejudicado com a ação dos cambistas, pois manda seus jogos todos no Rei Pelé, onde são disponibilizados 3.120 ingressos da campanha, observou o presidente azulino, Evandro Lobo. Ele afirma que não está condenando a campanha nem a Sefaz, mas alerta: Se não houver uma ação mais rígida da polícia, para coibir os cambistas, que são um caso de polícia, a campanha ficará inviável. |WS e FM ### Ação irregular é um problema de polícia O cambista só existe porque tem gente que compra dele. O cambista é um problema de polícia. Trata-se de um procedimento ilegal. A declaração é da coordenadora do PEF, da Sefaz, Glácia Tavares. Segundo ela, a ação dos cambistas é abusiva e a polícia tem que fazer o papel dela. Não podemos, porém, exigir que a Policia Militar fique lá em frente do estádio, cerca de sete ou oito horas, de plantão. Afinal, a PM tem outros afazeres em relação à segurança da cidade. Seria injusto para a população a PM ficar somente em um mesmo local, para coibir a ação dos cambistas. Pela campanha Cidadão Nota 10, só podem ser trocados três ingressos por pessoa. Cada ingresso equivale a 15 notas ou cupons fiscais. Mas há cambistas que chegam às bilheterias com verdadeiros pacotes de notas. A Federação Alagoana de Futebol solicita a presença da polícia nos estádios. A PM fica lá por um tempo, os cambistas somem. A PM vai fazer sua ronda e eles voltam. Isso já virou um ciclo vicioso, opinou Glácia. O vice-presidente da FAF, Ederaldo Almeida, disse que vai sugerir que os ingressos sejam trocados apenas em dias de jogos. Essa sugestão foi de um torcedor que ligou para uma emissora de rádio. Isso dificultaria a ação dos cambistas, opina, acrescentando que para isso seriam disponibilizadas mais bilheterias no estádio, exclusivas para as trocas. |WS e FM

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