Esportes
Bastinho: primeiro alagoano a comandar o futebol brasileiro

Raimundo Nonato Assumindo a presidência da Confederação Brasileira de Futebol, de forma interina, com a licença do titular do cargo, Ricardo Teixeira, José Sebastião Bastos chega ao topo como dirigente de entidade, no futebol brasileiro. Para conduzir os destinos da entidade máxima do desporto nacional, Bastinho tem a seu favor a experiência adquirida quando assumiu, por vários anos, cargo semelhante na Federação Alagoana de Futebol. Se sente envaidecido e orgulhoso por poder dar uma contribuição importante para ajudar o Brasil a chegar ao pentacampeonato, na Ásia. José Sebastião Bastos, 78, natural de Fernão Velho, é o primeiro alagoano a comandar os destinos do futebol brasileiro, como presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Ele ocupa o lugar de Ricardo Teixeira licenciado do cargo por tempo indeterminado, mas com amplas possibilidades de concluir o mandato do titular, desde que venha a ser confirmado o seu afastamento definitivo. Bastinho, como é popularmente conhecido, é um desportista com larga experiência no futebol, tendo iniciado sua vida esportiva como membro do Tribunal de Justiça Desportiva da então Federação Alagoana de Futebol, em 1956. Logo em 1958, assumia a presidência da atual Federação Alagoana de Futebol, tendo ficado à frente da entidade durante o período de 19 anos, em quatro mandatos alternados. Por quase vinte anos foi membro do extinto Conselho Regional de Desportos, e também seu presidente. Como dirigente, Bastinho mostrou competência, trabalho com seriedade e jamais se deixou abalar quando enfrentou problemas sérios, algumas dificuldades. Com habilidade sabia contorná-los. Carreira A convite de Ricardo Teixeira, entre 1989 e 1992, foi diretor de Coordenação Regional da CBF, uma diretoria importante, que mantinha permanente contato com a presidência da confederação e dirigentes de federações a elas filiadas. Bastinho está na presidência da principal entidade esportiva do País e para se ter uma idéia de sua dimensão, basta dizer que, no que concerne ao futebol, reúne 800 clubes federados, 11 milhões de jogadores, dos quais mais de dois mil, atualmente, no exterior. Se computados os amadores, esse número de atletas sobe para a impressionante marca de 13 milhões. Vale registrar, também, o número de estádios espalhados pelo País: aproximadamente 308, oferecendo cinco milhões de lugares. Para chegar à Confederação Brasileira de Futebol, em 1996, Bastinho teve seu nome indicado à assembléia geral pelos presidentes das federações de Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará para ser um dos vices, da Região Nordeste, substituindo Carlos Alberto de Oliveira, da Federação Pernambucana de Futebol. Seu nome foi aprovado por unanimidade, o que veio comprovar a sua força e o seu prestígio perante essa assembléia. Em 2002, esse mesmo grupo acabou reelegendo-o. ?Sinto-me honrado com a decisão dos meus diletos e queridos amigos e companheiros, que me distinguiram com tamanha honraria. Ainda mais por ver um filho de Alagoas assumindo tão importante cargo pela primeira vez e, mais do que isso, merecendo a inteira confiança do meu grande amigo Ricardo Teixeira?, afirma. Para mim é por demais honroso alcançar a vice-presidência da CBF e exercer a presidência em oportunidades que me são oferecidas pelo presidente que nos deu o tetracampeonato mundial e títulos da Copa América e do futebol Sub-15 e Sub-17. É também por demais importante para o meu Estado e para o Nordeste?, acrescenta. Sem medo José Sebastião Bastos afirma, ainda, que não se assusta com a missão a ele confiada, notadamente, pela experiência que adquiriu durante todo esse tempo no futebol e pelo que aprendeu convivendo com figuras ilustres, como João Havellange, ex-presidente da CBF e presidente da Fifa por 24 anos. ?Foi uma amizade que nasceu e se consolidou definitivamente. O Havellange hoje é meu compadre e sinto-me orgulhoso disso?, explica. ?Mas não posso deixar de falar também de outros grandes amigos que fiz, como o saudoso Rubem Moreira, presidente da Federação Pernambucana e o primeiro nordestino a chegar à vice da CBF; de Ricardo Teixeira, de Marcos Antônio Teixeira e de tantos outros. Precisaria de um espaço muito grande para relacionar os nomes dos amigos que fiz no esporte?, salienta. E o que muda com Bastinho à frente da CBF, quis saber o repórter, por curiosidade? - Absolutamente nada. Vou dar seqüência ao trabalho de Ricardo Teixeira. Principalmente, por estarmos cumprindo um mandato temporário. Estamos todos concentrados com o Mundial da Ásia e a meta é chegar ao pentacampeonato. Fico orgulhoso de estar no cargo num momento tão importante para o futebol brasileiro. Bastinho fica no cargo enquanto durar o afastamento de Ricardo Teixeira, mas a hipótese de assumir em definitivo não está afastada e até a imprensa admite essa possibilidade. Aliás, o nome de José Sebastião Bastos teve uma repercussão bastante favorável por parte da mídia. ?Sempre dei importância ao trabalho desses profissionais quando estive na presidência da Federação Alagoana de Futebol e aqui não será diferente, pois reconheço a importância do seu papel?, comenta. E na sede da CBF não foi diferente. Ele diz que a aceitação do seu nome foi a melhor possível. ?Os diretores e funcionários já eram meus amigos, e agora todos me consideram ainda mais. Na CBF, estou me sentindo em casa?, finaliza José Sebastião Bastos, um desportista que se orgulha por estar no exercício de um cargo tão importante e que representa um orgulho para o Estado onde nasceu.