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Esportes 22-09-2017 Estadio Rei Pele

Baristas do Estádio Rei Pelé sofrem com a ausência de jogos

Comerciantes do maior palco esportivo de Alagoas tentam buscar alternativas para complementar renda

Por debora rodrigues | Edição do dia 04/04/2020 - Matéria atualizada em 04/04/2020 às 04h00

A pandemia do novo coronavírus tem causado inúmeros problemas em diversos setores de todo o mundo. Uma das áreas atingidas é a do futebol que, além de envolver a paixão das pessoas, está ligado diretamente à economia.

Alguns clubes vêm tomando iniciativas com a finalidade de conter gastos neste momento. Mas, apesar de serem prejudicados com a falta de jogos e, consequentemente, a ausência de bilheteria, os times, que recebem cotas de patrocinadores, não devem ser os mais atingidos pela paralisação, sobretudo os mais abastados, financeiramente falando.

Em Alagoas, quem depende ativamente das partidas realizadas no Estádio Rei Pelé são os baristas, aqueles comerciantes que vendem alimentos e bebidas durante a realização os jogos. Esses estão buscando alternativas em meio à pandemia, uma vez que os Campeonatos Alagoano e Brasileiro foram paralisados.

A Gazeta de Alagoas conversou com Ricardo Barbosa, que trabalha no Trapichão há 19 anos. Ele comentou que tem emprego fixo em outro local e recebe salário também, mas que o dinheiro arrecadado por ele em dias de jogos é mais do que um complemento da renda familiar e já está fazendo falta no bolso.

"Além do bar, sou funcionário do Estado, mas já está me fazendo falta [o dinheiro que ganha no bar]. É o desafogo. Ali [equipe de baristas] tem muita família e que só depende disso [renda em dias de jogos]", revelou.

Ricardo ainda comentou que recebe perguntas constantes de conhecidos sobre alguma possível ajuda aos baristas, mas ele afirmou que nada foi comunicado aos vendedores.

Os baristas, para que tenham seu espaço reservado no Estádio Rei Pelé, precisam pagar uma quantia mensal à Federação Alagoana de Futebol (FAF), que é encarregada de dar suporte aos vendedores e fiscalizar os ambientes.

Por conta da ausência de jogos, a Federação Alagoana comunicou aos vendedores que a taxa mensal de R$ 270 está suspensa, até que o calendário do futebol volte a agitar os dias dos alagoanos.

“SE VIRA COMO PODE”

Quem também trabalha no bar do Trapichão é a Dona Lindalva. Ela disse que o momento está sendo muito difícil e que está se virando como pode para arcar com os compromissos no final do mês. "Não trabalho, sou aposentada. Mas dependo muito da venda nos dias de jogos. Está sendo muito difícil [financeiramente]", disse ela, que ainda revelou não estar precisando de ajuda financeira neste momento.

Assim como os baristas, os ambulantes e os donos de estacionamentos e restaurantes nos arredores do estádio sofrem com a falta de ganho financeiro. Além deles, alguns empresários do ramo de bares também aproveitavam as partidas dos clubes alagoanos param movimentar a economia, mas agora se veem sem jogos e com os estabelecimentos trancados.

Ainda sem previsão de retorno do futebol, e, consequentemente, dos jogos no Estádio Rei Pelé, e uma possível dúvida sobre a continuação dos campeonatos estaduais no Brasil todo, os baristas ficam à mercê de uma solução econômica para suprir suas necessidades financeiras.

A reportagem da Gazeta de Alagoas tentou contato com um representante da FAF, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

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