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Nº 5691
Esportes Com a quarentena, jogadores do CSA não estão treinando mais em campo, mas em casa

Como está sendo a rotina do CSA durante o ‘home training’

Prática foi adotada devido à proibição de os clubes voltarem a treinar no campo, por causa da Covid-19

Por Luiz Caldas | Edição do dia 30/05/2020 - Matéria atualizada em 30/05/2020 às 04h00

Assim como ao redor do mundo, no Brasil as práticas que ocasionam aglomerações foram suspensas por tempo indeterminado. O futebol parou. As instalações dos clubes viraram “cidades fantasmas”. Contudo, após reunião com a CBF, tanto CRB quanto CSA conseguiram aprovação para a retomada das atividades, mas de uma maneira diferente: através do “home training”. A Gazeta de Alagoas lançará, em duas partes, como está sendo realizada a prática inusitada tanto com o Azulão, como com o Galo. Para dar o pontapé inicial, começaremos com o CSA.

Antes de tudo, o que é ‘home training’? Traduzindo ao pé da letra ‘treinamento em casa’. Foi a prática adotada pelo CSA, logo após as férias coletivas dos atletas terminarem no início de maio, para que a comissão técnica pudesse monitorar os jogadores e passar as instruções. E em entrevista à Gazeta de Alagoas, o preparador físico do Azulão, Caio Gilli, explicou como está sendo este período e quando começou a discussão de utilizar esta prática.

“A partir do momento que tivemos o afastamento, tiveram diversas etapas de treinos. Jogamos contra o Freipaulistano dia 15 de março, treinamos no dia seguinte. Terça e quarta as atividades foram canceladas. Na quinta, que seria o nosso retorno aos treinamentos, a coisa se estendeu e não foi possível voltar mais”, disse Caio.

O preparador também explicou que, após esse momento, ele já enviou uma programação de trabalho aos jogadores. “Dentro das possibilidades, as academias já estavam fechadas, cada um mantendo sua condição. Ainda tive que adaptar alguns trabalhos externos”, revelou, afirmando que, quando chegou em abril, quando o clube concedeu as férias coletivas, optou por uma programação de treinos durante este período de folga, onde houve uma redução de intensidade de trabalhos.

Com o decorrer da pandemia, Caio explicou que adotar a prática do treino virtual foi a única possibilidade cabível naquele momento, “Foi discutido entre nós da comissão técnica e prontamente aceito por todos. Tive uma surpresa muito grande por ter superado minhas expectativas. Além do aspecto físico que podemos desenvolver nos encontros com os atletas, têm os músculos estabilizadores, exercícios de equilíbrio e até um trabalho de condicionamento de resistência de alta intensidade. Não resolve a condição atlética, mas acaba ajudando em alguns aspectos, como o gasto energético e na manutenção do peso”, falou o preparador físico.

Gilli comentou que, além dos treinos, a comissão organiza algumas palestras motivacionais para os atletas. Indo mais além, o preparador ressaltou a importância da interação entre os atletas, as famosas “resenhas”. “As brincadeiras e conversas entre eles são válidas. Esse aspecto social entre os jogadores faz parte do dia a dia, e todo mundo tem sentido muito a falta dessa interatividade. Tiveram um impacto muito positivo”, disse Caio, que ainda se mostrou contente pela disciplina nas rotinas dos atletas durante os treinamentos.

Outro ponto importante que surgiu com essa “nova” modalidade de treinos é a questão da adaptação dos atletas e da comissão durante as sessões. Caio afirma que, mesmo após quatro semanas de treinos online, as mudanças são constantes. “Antes eu dividia o treino por possível, mas não por ser diferente de cada um, e sim porque ficava mais fácil de enxergar na tela. Dividíamos quatro ou cinco atletas na tela, mas nosso fisiologista, Cleber Queiroga, sugeriu que dá para trabalhar com até nove atletas. São situações que acabamos nos moldando conforme acontecem”.

O preparador chegou a comentar que, ocasionalmente, a internet pode acabar atrapalhando um pouco, caindo o sinal e tendo que explicar tudo novamente aos atletas. Tirando a conexão à internet, Caio Gilli afirma que a maior dificuldade durante os treinos é a limitação de espaço. “Essa limitação vai incapacitar a limitação de trabalho de alguns atletas. E, dentro desse aspecto, passo programações de treinos, mas nem todos os jogadores têm condições de fazer os que eu sugiro. Têm atletas que não possuem espaço para realizar as corridas de 50m. Então, individualmente, converso com o jogador e busco adequar o treinamento para a realidade dele”, completou.

Como foi visto nas últimas semanas mundo à fora, alguns campeonatos estão prestes a voltar, na Alemanha já tiveram duas rodadas após a reabertura do torneio. E no Brasil, clubes como Internacional, Grêmio, Avaí, Atlético-MG e Flamengo voltaram, aos poucos, às atividades em seus CTs. Na visão do preparador marujo, há o aspecto mais importante para os clubes.

“Está todo mundo querendo voltar, mas temos que ver como isso vai se desenrolar. Se meu clube volta antes, tenho uma vantagem de 10 dias a mais de treino do que meu adversário. Vou ter uma condição física melhor. Isso parte de ter alguma movimentação da própria CBF”, disse Caio Gilli. O profissional afirmou que cabe ao clube junto à CBF discutir a melhor forma de acontecer o retorno.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

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