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Nº 5854
Esportes Maceió, 01 de maio de 2021
Lance do jogo entre CSA e CRB. Partida válida pela 8ª rodada da Campeonato Alagoano, Série A 2021, realizada no Estádio Rei Pelé em Maceió. Alagoas – Brasil.
Foto: Ailton Cruz

Clube-empresa: times de AL são favoráveis à nova lei

Gazeta de Alagoas ouviu CSA, CRB e ASA, além da Federação Alagoana de Futebol (FAF)

Por Guilherme Magalhães, Rafael Reis e Fernanda Medeiros | Edição do dia 14/08/2021 - Matéria atualizada em 14/08/2021 às 04h00

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionar a lei que estabelece regras para a transformação de times de futebol em empresas (clube-empresa), a regulamentação para clubes de futebol se tornarem uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi aberta e mais facilitada, baseada em algumas regras. Antes da lei, times de futebol só podiam ser associações sem fins lucrativos. A discussão sobre o benefício da nova medida logo tomou as torcidas das equipes pelo Brasil a fora, assim como em Alagoas.

O presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, em contato com a Gazeta de Alagoas, mostrou-se animado com a nova medida, acreditando que trará benefícios para os clubes. “Acho super benéfico, é uma boa oportunidade de os clubes se organizarem”, contou o presidente.

No texto aprovado, os clubes têm outras alternativas para a quitação de seus passivos, como a recuperação judicial. Felipe Feijó revelou que acredita no crescimento dos clubes alagoanos que adotarem a mudança. “Temos marcas fortes, não possuem passivo, ambiente perfeito para investimento. No caso CSA, CRB e ASA com passivo administrável”, disse.

A reportagem falou com o presidente do CSA, Rafael Tenório, que confirmou o interesse nesta transformação para o Azulão. O mandatário azulino relembrou que, desde o início de seu mandato no CSA, ele pretendia trazer essa mudança para o clube.

“Eu sou uma das pessoas que vêm encabeçando esse projeto, desde 2016. Eu dizia que os três principais objetivos na minha gestão eram: conseguir calendário, quitar o passivo e tornar o clube uma S/A. Então, já é uma realidade”, falou Tenório.

Dentro do modelo de S/A, a expectativa azulina seria trazer novos investidores, novos modos para captação de recursos, participação em bolsas de valores, podendo vender suas ações.

Do lado regatiano, o presidente Mário Marroquim também conversou com a Gazeta de Alagoas. Porém, ele afirmou não ter um juízo de valor sobre o projeto e que ainda vai conversar com a parte jurídica do CRB.

“Eu ainda não tenho juízo de valor sobre o projeto de lei. Eu vou fazer uma leitura com nossa área jurídica, para a gente entender. Tudo tem pontos positivos e negativos. A avaliação ainda terá que vir de forma mais detalhada”.

Marroquim, porém, usou o exemplo do próprio CRB para enfatizar a importância da nova lei. Com a proposta da S/A cuidando da parte futebolística do clube, uma nova abertura para a entrada de dinheiro no caixa seria vista com bons olhos.

“Para um clube como o CRB, que tem suas contas em dia, ela (a proposta) é importante. Ela busca possibilidades de parceiros. Mas cria responsabilidades, porque algumas pessoas acham que só tem coisas boas”, emendou.

Diferentemente dos clubes de Maceió, o ASA de Arapiraca vive uma situação financeira bem delicada. Com atrasos de salários e mau desempenho em competições, o clube-empresa pode tornar-se uma alternativa para que o Alvinegro volte a caminhar com o cinto menos apertado.

A reportagem também entrou em contato com o presidente do clube, Moisés Machado, mas ele não respondeu até o fechamento desta matéria. Já o vice-presidente, Higor Rafael, mostrou-se contente com a mudança e a vê com bons olhos para o futebol.

“Vejo com bons olhos, pois, sem dúvida, é um grande avanço para o futebol. Deixa suas diretrizes mais alinhadas com o que se vê no resto do mundo. O modelo de sociedade (anônima) que será implantado proporcionará maior possibilidade de investimentos internos e externos, uma vez que os clubes de futebol atualmente não são vistos como possibilidades de investimento visando à obtenção de lucro”, disse Higor.

Por fim, sobre um possível interesse do Fantasma em se tornar um clube-empresa, o executivo não afirmou 100%, porém, também não negou, colocando que é uma decisão que só terá tomada se houver debate entre o Conselho e a diretoria do Alvinegro.

“Não vou dizer nem que sim, nem que não, pois ainda é um assunto que não foi discutido entre Conselho Deliberativo e Diretoria Executiva do clube”, finalizou.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

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