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Nº 5759
Esportes Conselho do CSA se reuniu e apresentou documentos com situação financeira do clube

CSA: documentos mostram dívidas de R$ 10 mi, mas Omar Coêlho nega

Confusões à parte, Azulão apresentou seu novo técnico, Roberto Fonseca, nessa quarta-feira (7)

Por Guilherme Magalhães e Fernanda Medeiros | Edição do dia 08/12/2022 - Matéria atualizada em 08/12/2022 às 04h00

/Conselho do CSA se reuniu e apresentou documentos com situação financeira do clube

Em meio à chegada e apresentação de seu novo técnico, Roberto Fonseca, nessa quarta-feira (7), o CSA segue momentos de turbulência. Isso porque, na noite dessa terça (6), o Conselho Deliberativo fez uma reunião extraordinária, no CT Nelson Feijó, para discutir a situação financeira do clube e dar um pouco mais de detalhes sobre o futuro da diretoria executiva. 

Entre vários assuntos, veio à tona uma dívida de R$ 10 milhões, deixada pela gestão de Omar Coêlho. Mas, o ex-presidente negou veementemente e deve apresentar um relatório financeiro na próxima semana. Na ocasião da reunião, a presidente interina Mírian Monte falou sobre os dados do setor financeiro, fornecidos pelo Azulão. 

A Gazeta de Alagoas teve acesso a documentos apresentados na reunião, que mostram que o CSA teve cerca de R$ 29 milhões em receita durante a gestão de Omar. Contudo, no fim do mandato, as despesas do clube atingiram a marca de R$ 10 milhões. Os números foram passados e confirmados por Alfredo Cortez, contador azulino.

Ouvido pela Gazeta, Christiano Beltrão, secretário geral do Conselho, informou que a gestão de Omar Coêlho havia assumido o CSA com R$ 2 milhões em conta, além de R$ 22 milhões a serem destinados à construção do novo CT. Com isso em caixa, de acordo com Beltrão, e mais os R$ 29 milhões de receitas da gestão de Coêlho, são R$ 53 milhões. “O problema é que a gestão do Omar gastou esses valores todos e ainda deixou um deficit de R$ 10 milhões. É um absurdo!”, declarou.

Ele prosseguiu, dizendo que já vinha alertando os conselheiros para tal situação financeira do clube, pedindo, inclusive, que as contas fossem apresentadas. “Vinha alertando há muito tempo, desde o começo do ano. Os conselheiros que não queriam. Então, botamos a cara para bater, eu e a Mírian Monte, porque não queriam, e a gente insistindo”.

A reunião dessa terça foi comandada por Mírian Monte, que esteve ao lado de Christiano Beltrão e Rafael Tenório, presidente licenciado do Conselho. Desde a saída de Omar, o trio vem encabeçando as mudanças dentro do CSA.

Além de todos esses imbróglios que cercam o clube marujo, Beltrão revelou à Gazeta que foram abertas 17 contas bancárias em nome do CSA. “Eu não sei para quê”, disse, acrescentando que também foi feito um empréstimo de R$ 1,5 milhão, no final da gestão de Omar Coêlho, sem a autorização do Conselho.

“A partir daí, comissões que serão formadas vão verificar se existem esses débitos. Se existirem, vamos judicializar, colocar ele (Omar) na justiça, para ele responder. Tanto ele como o Gilson Romeiro (superintendente administrativo). E, caso seja comprovada essa situação financeira, eles dois podem até ser expulsos do Conselho”, explicou.

Quem também conversou com a Gazeta de Alagoas foi Omar Coêlho. Principal alvo das críticas da torcida e do Conselho, ele se defendeu das acusações e afirmou que na próxima semana será apresentado um relatório financeiro de sua gestão, que durou de dezembro de 2021, até o início deste mês.

“Na próxima semana, estaremos encaminhando o relatório de toda a gestão, que encaminharemos ao Conselho e a vocês da imprensa. O relatório vai colocar os pontos nos is”, afirmou Omar.

Ele não entrou em maiores detalhes, colocando que todas as informações constarão no relatório. Mas deu uma explicação sobre o empréstimo de R$ 1,5 milhão, e disse que não era necessária uma autorização do Conselho.

“O empréstimo foi tirado para pagamentos do clube e não havia necessidade de autorização do Conselho, pois nenhum bem foi dado em garantia. O CSA já havia feito outros empréstimos sem autorização do Conselho, do mesmo modo”, pontuou.

Por fim, Omar confirmou que há, sim, um passivo, ocasionado até mesmo pelo rebaixamento. Contudo, discordou do valor de R$ 10 milhões, apresentado pelo Conselho. “Eu recebi o CSA e não externei absolutamente nada da gestão passada, agi com ética e pensando no bem do clube e assim pretendo continuar, se necessário for. Acho que agora precisamos pensar no CSA, deixo um passivo, que discordamos do valor, mas que é insignificante para um clube de futebol, resultado da tentativa de salvar o clube do rebaixamento, que foi em vão”, comentou.

Agora a expectativa da torcida é pela prestação de contas de Coêlho, que afirmou estar com a consciência tranquila.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

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