
ATLETA DE PROJETO SOCIAL SE DESTACA EM BRASILEIRO DE JUDÔ
Alagoano Michael e seus companheiros fazem campanha surpreendente no primeiro ano de competições
Por Pedro Ferreira | Edição do dia 07/10/2023 - Matéria atualizada em 07/10/2023 às 04h00


Exemplo de dedicação e orgulho nos tatames. Michael Tavares, de 12 anos de idade, levou o nome de Alagoas e do projeto Superação para o pódio do campeonato de categorias mais cobiçado do Brasil. O maceioense levou o vice-campeonato do Campeonato Brasileiro de Judô, realizado no dia 30 de setembro, na cidade de Curitiba-PR.
O jovem atleta, que começou no esporte em 2020, durante o período da pandemia da Covid-19, foi acolhido pelo projeto Superação, que tem como objetivo educar crianças que passam por dificuldades financeiras e sociais através do judô.
A Gazeta de Alagoas falou, com exclusividade, com a coordenadora da ação social, Fabiana Carnaúba, sobre como se deu o início do projeto e quais foram as dificuldades enfrentadas ao longo desses anos.
“Nosso projeto começou em novembro de 2020, iniciamos com sete atletas e, de lá para cá, o nosso projeto expandiu. Nós temos agora entre cinquenta e sessenta atletas, mais ou menos, e a nossa meta para 2024 é atingir cem crianças atendidas pelo judô. E o Michael está com a gente, desde dezembro de 2020. Ele treina junto com a irmã e, desde então, vem sendo preparado para participar de competições. Este ano foi o primeiro ano de competição dele e do projeto”, enfatizou Fabiana.
Michael Tavares foi medalha de bronze no Regional, sendo a primeira que ele conquistou. Daí, obteve o direito à vaga para ir para a etapa nacional, em Curitiba-PR. O treinador dos atletas alagoanos é Luiz Felipe Alves.
DIFICULDADES
Mas como nem tudo são flores, Fabiana também falou das dificuldades que existem em se manter um projeto social e de como foi a saga dos atletas alagoanos até a chegada em Curitiba.
“Nós vivemos de doações. Temos uma ação chamada Anjos do Tatame, em paralelo fizemos uma rifa para poder ir para essa competição. Os meninos, junto com as mães deles e com todos nós do projeto, fizemos várias pulseirinhas de macramê para vender. A gente vendeu na praia, vendeu a conhecidos, tudo isso para arrecadar fundos para poder fazer essa viagem. Já que cada passagem custava mais ou menos, R$ 2.500. Tanto é que os meninos foram e voltaram por Recife-PE, já que as passagens lá eram muito mais baratas”, observou a coordenadora.
“Então, assim, este ano foi o primeiro ano de competição nacional da gente e já termos um vice-campeão brasileiro é um feito muito grande para o nosso clube, para o nosso projeto. E a gente precisa de visibilidade, porque precisamos de pessoas que nos ajudem”, encerrou.
DE OLHO NOS TREINOS
Passada toda a euforia dos bons resultados, o foco agora, segundo Fabiana Carnaúba, é total nos treinos e nas próximas competições, além da expectativa de os garotos receberem o Bolsa Atleta, que será uma ajuda muito bem-vinda para o futuro dos atletas alagoanos.
* Sob supervisão da editoria de Esportes.