Esportes
Novo quarteto amea�a deixar Ronaldo na reserva

O desejo de ver em campo o quarteto ofensivo Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo foi um dos motivos que levou Carlos Alberto Parreira a mudar o desenho tático da seleção brasileira. Mas, no caminho até a Copa do Mundo, o técnico admite de que há chances, ainda que remotas, de alterações consideradas impensáveis há alguns meses. Parreira frisa que por enquanto não cogita tal possibilidade. Mas admite, no futuro, considerar a possibilidade de sacar Ronaldo do time, caso o jovem quarteto que vai a campo na rodada dupla das eliminatórias e na Copa das Confederações, com Robinho no lugar do Fenômeno, tenha um desempenho surpreendente. Ao comentar o tema, Parreira revelou certo mau-humor, mas não mostrou mais a inflexibilidade de outras ocasiões, quando afirmava que Ronaldo era insubstituível. Tal tese, inclusive, foi negada por ele próprio com a exclusão do atacante dos jogos contra Paraguai e Argentina. Eu não tenho essa capacidade que vocês (jornalistas) têm de tirar lições a partir de situações reais, respondeu Parreira num primeiro momento, mas tomara que eles arrebentem. Depois resolvo o problema. Não vou me preocupar antes do tempo. Quando tiver que acontecer a gente resolve, completou o treinador sobre a possibilidade do Fenômeno, pela primeira vez desde as Olimpíadas de 1996, não ser titular absoluto da seleção. Se não goza, ao menos momentaneamente, do mesmo prestígio de outrora com a comissão técnica e a cúpula da CBF, Ronaldo continua a ser colocado num pedestal pela maioria dos seus colegas de seleção. Adriano diz que ficará feliz se, em sua carreira, realizar metade do que Ronaldo já fez. Já o xará Gaúcho vai ainda mais longe. O astro do Barcelona sistematicamente aponta Ronaldo como seu ídolo e que diz o considera uma espécie de eterno número um. Sem o jogador do Real Madrid, o ataque da seleção também teria sua média de idade reduzida drasticamente em comparação com o início das eliminatórias, em setembro de 2003. À ocasião, Ronaldo, então com 27 anos, e Rivaldo, com 31, eram os titulares. Ronaldinho, à época com 23, completava o trio ofensivo. No novo quarteto, o rejuvenescimento seria drástico ao ponto de Ronaldinho Gaúcho virar o tio da galera. Com 25 anos, o camisa 10 é dois anos mais velho que Kaká e Adriano. Já Robinho, duas vezes campeão brasileiro, tem apenas 21 anos. ### Robinho e Roque Júnior são confirmados como titulares O técnico Parreira encerrou o processo de testes realizados durante toda a semana e confirmou ontem o zagueiro Roque Júnior como o parceiro de Lúcio na partida de amanhã contra o Paraguai. Robinho também foi confirmado no time titular. Após fazer um revezamento entre Roque Júnior e Juan durante os trabalhos táticos realizados na Granja Comary, Parreira iniciou o único coletivo a ser realizado antes do jogo de Porto Alegre com o zagueiro. E como Parreira não costuma preparar surpresas após a realização de um treino prático, Roque será o parceiro de Lúcio. Antes do coletivo, iniciado precisamente às 16h20, Parreira se reuniu com os 11 jogadores que iniciarão a partida do próximo domingo e acertou detalhes de como deseja que a equipe enfrente os paraguaios. Com duração aproximada de 50 minutos, o coletivo teve ritmo lento, como poucas jogadas ofensivas. Ao final, o treino ficou empatado sem gols. O destaque negativo foi a saída de Juninho Pernambucano, aos 25 minutos, depois de reclamar de dores musculares na coxa direita, as mesmas que já haviam o incomodado na quinta-feira. Com a definição da zaga titular, Parreira vai colocar em campo no domingo a seleção brasileira com Dida, Belleti, Lúcio, Roque Júnior, Roberto Carlos, Émerson, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano.