Cl�ssico vale vaga na Copa 2006

Considerado pelo técnico Carlos Alberto Parreira como um “amistoso de luxo”, o confronto entre Brasil e Argentina, hoje, às 21h45, garantirá matematicamente a classificação para a Copa do Mundo de 2006 da seleção que sair vencedora do Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Os argentinos são os líderes das Eliminatórias Sul-Americanas com 28 pontos, um a mais que a seleção brasileira. Depois dessa rodada (15ª), faltarão mais três jogos para cada equipe. Se vencer, a Argentina chega a 31 e não tem mais como ser ultrapassada por outras quatro seleções (a Colômbia, por exemplo, é a quinta colocada com 17 pontos e só poderá chegar até 29). O mesmo ocorre com o Brasil, que vencendo passará a somar 30. Os quatro primeiros lugares vão à Copa. O quinto jogará uma repescagem contra o representante da Oceania. A goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai, domingo, deixou a seleção confiante para a partida em Buenos Aires. Parreira gostou da postura tática da equipe e confirmou que vai repetir a formação ofensiva, com o quarteto Kaká-Ronaldinho-Robinho-Adriano. As únicas modificações serão na defesa. O zagueiro Lúcio, expulso, dará lugar a Juan, enquanto Cafu, que estava suspenso, retorna na vaga de Belletti na lateral direita. “O time ideal é aquele que consegue atacar e defender com a mesma eficiência. Pelos jogadores que tem, pela capacidade técnica da equipe, o Brasil chegará ainda com mais força de ataque na Copa da Alemanha”, disse Parreira. Diferentemente do Brasil, a Argentina chega para o confronto bastante criticada pela torcida e imprensa. Contra o Equador, o técnico Jose Pekerman escalou um time misto e viu a seleção ser derrotada por 2 a 0. Após a convincente vitória brasileira em Porto Alegre, os jogadores argentinos jogaram o favoritismo para o lado brazuca: “A seleção brasileira é o dream team (time dos sonhos)”, afirmou o atacante Crespo. No primeiro turno das Eliminatórias, o Brasil venceu por 3 a 1, com três gols de pênalti de Ronaldo (Sorín descontou). Nada garantido O quarteto ofensivo, esquema tático usado pela seleção brasileira na vitória por 4 a 1 sobre o Paraguai, no último domingo, e que será utilizado contra a Argentina, não está garantido para a Copa do Mundo da Alemanha. Segundo Parreira, a opção tática pode ser alterada nos 13 meses que ainda restam para o início do Mundial caso ele não sinta que sua equipe tenha o “equilíbrio” necessário para obter um bom resultado na competição. ### Seleções rivalizam até no retrospecto Segundo a CBF, o Brasil leva vantagem de uma vitória (33 a 32, além de 22 empates) no confronto com os argentinos, enquanto a Associação de Futebol Argentino (AFA) alega que a Argentina está à frente com 36 vitórias e 33 derrotas, além dos 22 empates. A diferença fica por conta de quatro jogos, todos vencidos pelos argentinos, que não são reconhecidos pela CBF simplesmente pelo fato de a entidade não os ter em súmula oficial. Dois deles foram disputados, segundo a AFA, nos anos de 1908 (3 a 2) e 1912 (6 a 3). A CBF os contesta com o argumento de que a primeira seleção brasileira é de 1914, o que torna impossível caracterizá-los como jogos disputados pelo Brasil, mas talvez por combinados regionais. A maior goleada imposta pelo Brasil ocorreu em 12 de julho de 1960, no Maracanã: 5 a 1. Já a Argentina impôs um 6 a 1 ao Brasil em 5 de março de 1940, em Buenos Aires. De acordo com os arquivos da CBF, o Brasil fez 134 gols (142 para a AFA) e levou 131 (145 para a AFA).