Esportes
CBB tenta esvaziar Nossa Liga, diz Oscar

FERNANDO VINÍCIUS Repórter Maragogi - O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt despediu-se das quadras, mas não consegue ficar distante dela. Presidente da recém-criada Nossa Liga de Basquete (NLB), entidade formada por conta da insatisfação dos clubes com o gerenciamento da Confederação Brasileira de Basketball (CBB). Com apoio de diversos setores e ex-atletas de renome como Paula e Hortência, Oscar demonstra a mesma garra que tinha jogando na luta para resgatar o prestígio do esporte que já foi o segundo dos brasileiros, espaço perdido para o vôlei. A Nossa Liga não vai resolver todos os problemas do basquete nacional, mas é um começo, garante Oscar, e lembra que nos países onde o modelo foi implantado o basquete é forte. A Argentina, campeã olímpica masculina, criou sua liga há 25 anos. A NLB nasceu em 16 de março deste ano, conta com 38 clubes associados e respaldo de algumas federações estaduais. Reconhecida pelo Ministério do Esporte, tem calendário pronto para fazer um campeonato, com início em outubro e término em julho de 2006. Os recursos conseguidos com patrocinadores serão divididos igualitariamente entre os clubes inscritos, 44 até agora. A CBB usa nossas idéias para tentar esvaziar a Liga, comentou Oscar sobre a abertura de inscrição para a temporada organizada pela entidade, prática adotada somente após o surgimento da NLB. Ele acredita que o basquete nacional precisava de uma chacoalhada e vive um momento necessário de críticas e discussão dos erros. Seleção brasileira Sobre a seleção brasileira, propõe duas medidas para melhorar o quinteto: fazer com que Anderson Varejão saia da posição de ala e atue como pivô, e a integração de Nenê ao time. Pivô do Denver Nuggets, time da estrelada NBA, Nenê tem a liga norte-americana como prioridade. Convidado para jogar nos Estados Unidos, não aceitou porque na época quem participasse da NBA era eliminado de torneios organizados pela Federação Internacional de Basketball. Por isso, foi para Europa onde jogou por 13 anos na Itália e Espanha. De volta ao Brasil, encerrou sua carreira em maio de 2003. Oscar detém recordes difíceis de serem quebrados como a marca de 49.737 pontos em 1.615 jogos oficiais e participação em três Olimpíadas (88, 92 e 96). As críticas do maior nome da história recente do basquete brasileiro fazem sentido. Os últimos resultados do Brasil refletem a decadência do esporte. A seleção masculina não conseguiu se classificar para as duas últimas Olimpíadas e ficou abaixo das expectativas nos mundiais mais recentes. Pela primeira vez em terras alagoanas, encantado com as belezas, Oscar fez palestra ontem à noite no resort Salinas do Maragogi a convite da Braskem. Durante uma hora e meia, passa motivação usando conceitos como dedicação, obstinação, sonho e liderança. O cestinha apresenta sua trajetória vitoriosa baseada em algumas lições de vida e características de um time maravilhoso onde Oscar jogou por anos, a seleção brasileira, única equipe do mundo a derrotar os EUA por mais de 100 pontos, na histórica final do Pan-Americano de Indianápolis, em 1987.