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Nº 5808
Esportes

De titulares absolutos a suplentes resignados

Belo Horizonte - Artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1977, com 28 gols, Reinaldo, do Atlético-MG, era, ao lado de Zico, a maior esperança de gols para o Brasil na Copa da Argentina, em 1978. Depois de um bom início, quando marcou um gol na estréia di

Por | Edição do dia 11/05/2002 - Matéria atualizada em 11/05/2002 às 00h00

Belo Horizonte - Artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1977, com 28 gols, Reinaldo, do Atlético-MG, era, ao lado de Zico, a maior esperança de gols para o Brasil na Copa da Argentina, em 1978. Depois de um bom início, quando marcou um gol na estréia diante da Suécia, o atacante mineiro e o Galinho acabaram no banco de reservas. Os dois ainda atuaram como titulares no segundo jogo contra a Espanha, quando a Seleção Brasileira não passou de um empate por 0 x 0. A partir daí, perderam a posição para Roberto Dinamite e Jorge Mendonça, respectivamente. Reinaldo só voltou a atuar naquela Copa alguns minutos na disputa pelo terceiro lugar, quando substituiu ao ponta Gil, na vitória sobre a Itália por 2 x 1. Vinte e quatro anos depois daquele Mundial, o “Rei”, como até hoje é chamado pela torcida do Galo, diz que tem uma lembrança que mistura alegria e tristeza. “Ela é positiva pela minha participação, com muitos bons momentos vividos com o grupo, mas também de tristeza pelas pressões sofridas e por ficar sabendo depois que fui barrado por interferência direta de dirigentes que comandavam o futebol brasileiro”, afirmou. Segundo Reinaldo, ele foi juntando os fatos e confirmando versões até descobrir que foi barrado, assim como Zico, não por questões técnicas ou físicas, mas por uma pressão política. “A contusão no joelho já se manifestara, mas estava controlada e eu tinha condição de jogo. A prova é que fiquei no banco e entrei na disputa pelo terceiro lugar”, observou o ex-jogador. Inesquecível Apesar da decepção por ter passado de titular absoluto e esperança de gols ao papel de simples coadjuvante, Reinaldo diz que a experiência em sua única Copa do Mundo foi inesquecível. Ele lembra, com saudades do grupo “muito bom” daquela época. “A gente tinha jogadores de talento, de diferentes gerações. O Rivelino, por exemplo, era remanescente da seleção de 70 e estava surgindo uma turma nova, com o Zico, o Cerezo, eu”, disse. Para Reinaldo, ficar na reserva em uma Copa do Mundo não pode servir de desestímulo. “Os que estão na reserva trabalham mais, treinam forte para ter a oportunidade. Aconteceu comigo, fiquei treinando para estar pronto para qualquer even-tualidade e ainda entrei no time no último jogo”, analisou. E Reinaldo teve companhias ilustres no banco da Seleção Brasileira em 78. Além de Zico, Rivelino, titular da campanha do Tri, em 70, e também em 74, quase não jogou na Argentina. Ele entrou durante a vitória sobre a Polônia, por 3 x 0, e também na disputa pelo terceiro lugar. Outro talentoso jogador, que pouco atuou, foi Paulo César Carpegiani. Edinho, que se tornaria um importante zagueiro, acabou jogando duas vezes improvisado na lateral-esquerda, em lugar de Rodrigues Neto, que também começou como titular e terminou o Mundial no banco. Nas seleções de 94 e 98, jogadores considerados titulares absolutos e nomes indispensáveis às novas campanhas, como Raí e Giovanni, acabaram também vivendo a sensação de experimentarem o banco de reservas. Já o lateral-direito Zé Carlos, que se conformara com o papel de suplente de Cafu, acabou disputando a decisiva partida contra a Holanda, por causa da suspensão do titular. Jogou mal, mas teve o seu momento de glória.

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