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Nº 5759
Esportes

Jo�o Sombra e suas aventuras pelo mar

| ABIDES DE OLIVEIRA Editor de Esportes João Sombra tinha um projeto: cruzar os oceanos. A idéia existia há mais de 20 anos, mas só veio se concretizar em 1994, quando o arquiteto aposentado pela Caixa Econômica Federal entrou no Plano de Demissão Volun

Por | Edição do dia 25/12/2005 - Matéria atualizada em 25/12/2005 às 00h00

| ABIDES DE OLIVEIRA Editor de Esportes João Sombra tinha um projeto: cruzar os oceanos. A idéia existia há mais de 20 anos, mas só veio se concretizar em 1994, quando o arquiteto aposentado pela Caixa Econômica Federal entrou no Plano de Demissão Voluntária (PDV) do governo federal. O dinheiro do PDV, cerca de R$ 25 mil, serviu para comprar a embarcação, um veleiro norte-americano de 43 pés. Natural do Rio de Janeiro, mas “alagoano de coração”, Sombra teve grande parte de sua vida ligada ao mar. Sempre viveu na Federação Alagoana de Vela e Motor, onde dava aulas. A viagem e o sonho de cruzar os oceanos teve início em 5 de março de 1996, na cidade californiana de San Diego, nos Estados Unidos. Junto com sua esposa, Balbina, e os dois filhos, Alexandre e Átila, começou a aventura pelo Oceano Pacífico a bordo do Guardian. Nesses quase 10 anos, a família Sombra desbravou praticamente todo o Oceano Pacífico, Índico e Atlântico. “O Guardian é o primeiro veleiro de Alagoas e creio que de Sergipe para cima a dar a volta ao mundo”, garante o carioca. No Pacífico, João Sombra e sua família passou pelas ilhas havaianas, Cook, Niue, Polinésia Francesa – onde fica o famoso Taiti-, Reinado de Tonga, Nova Zelândia, Fiji, Vanuatu, Salomão, Nova Caledônia, Austrália entre outros lugares. Alguns trechos Mas parte da aventura só foi realizada por ele e os filhos. “Minha esposa fez trechos da viagem. Ela vai e vem”, comenta o velejador. Na Austrália, o filho mais velho, Alexandre, que é piloto comercial, casou-se com uma australiana e hoje é fazendeiro no País do Canguru. Depois da Austrália, Sombra partiu para a Indonésia, isso após passar quatro anos no Pacífico. Em Bali, parou para ficar dois meses e acabou ficando dois anos. “Cheguei em 2000 e só saí em 2002. Quem vai a Bali se apaixona. O lugar é conhecido como a ‘ilha dos deuses’, por sua beleza natural”, afirma João, que na ilha indonésia encontrou muitos amigos. ### Veleiro Guardian: um anjo da guarda nos oceanos O barco Guardian, segundo João Sombra, nesses quase dez anos de viagem nunca “negou fogo, sempre esteve bem”. O nome, revela o velejador, estava definido desde que começou a planejar a aventura. “É uma homenagem ao meu anjo da guarda. Decidi colocar em inglês pela facilidade do idioma no mundo inteiro”. O Guardian é de carvalho e mogno. Navega a maior parte do tempo à vela e usa o motor apenas em calmarias e chegadas aos portos, nas manobras. (ver tabela abaixo). Perigo e sorte Com 65 mil milhas náuticas de navegação (cerca de 126 milhões de km percorridos), Sombra deixou a Ilha de Bali uma semana antes do atentado terrorista que matou mais de 200 pessoas. “Saí num sábado e a bomba explodiu no outro”. Outro momento de sorte foi quando estava em Phuket, Tailândia. Em 25 de dezembro de 2004, o velejador havia retirado seu barco do mar, no dia seguinte ocorreu a tsunami, que matou mais de 300 mil pessoas. “Em 9 de janeiro deixei o lugar e decidi também sair do Índico, porque a climatologia estava pesada”. No Mar Vermelho, enfrentou uma tempestade de areia e próximo ao Estreito de Gibraltar, no Atlântico Norte, passou por tormentas com ventos de mais de 150km/h. “Fora isto, nunca enfrentei momentos difíceis. Quem a Deus tem, nada lhe falta”, afirma. Seu Guardian, que muitas vezes é acompanhado por golfinhos em alto mar, é embelezado pelas inúmeras bandeiras, uma chama a atenção, a de Alagoas. “Além da do meu estado, a do Brasil, na polpa, sempre está lambendo o mar por onde passo”, ressalta o velejador. |AO ### Ilhas Cook: um paraíso no Pacífico Sul Entre os inúmeros lugares conhecidos por João Sombra, o que mais lhe encantou foi as Ilhas Cook, território autônomo administrado pela Nova Zelândia, localizado na Polinésia, Pacífico Sul. “As Ilhas Cook é um paraíso. Fiquei encantado com sua beleza. O lugar é formado por dez atóis. Palrmeston (uma ilha) é o paraíso do paraíso que é Cook”, revela o velejador, que passou pela região em 1997. Em Palmeston, segundo João Sombra, vivem apenas duas famílias e só vai ao lugar quem é convidado por elas. “Fiz boas amizades no lugar. De início, a idéia era ficar três dias, mas acabamos ficando dez. A população e o lugar nos cativaram”, afirma. Lugar pequeno As Cook são formadas por dois grupos de ilhas. A preservação da natureza, tranquilidade e o mar azul-turquesa são os principais atrativos do lugar. As ilhas têm uma área territorial pequena, 233km, com uma população de 21 mil habitantes. Outro lugar destacado por João Sombra é a Austrália. “É um país diferente, único, principalmente as regiões fora dos grandes centros. A grande barreira de corais é linda”, relembra. João Sombra, que chegou em Maceió no dia 17 deste mês, fica na cidade até 17 de janeiro, quando parte para Santos. Antes, no dia 11 de janeiro, ministrará palestra na Capitania dos Portos sobre dez anos velejando os oceanos do mundo. Ainda na capital alagoana, lancará o primeiro livro impresso sobre sua viagem. “Até agora tudo está registrado em livros digitais, que podem ser acessados no nosso site”, informa o aventureiro. No Sudeste do País, participará da Rio Boat Show, depois pretende encerrar sua viagem em maio de 2006, quando retorna para Alagoas. Após dez anos de aventuras, ele passará o Guardian para seu filho. Para saber mais sobre a viagem de João Sombra acesse: www.guardianboat.com.br. |AO

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