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Nº 5759
Esportes

CBF pode eliminar times por racismo

| UOL Campeonatos nacionais, entre eles o Brasileiro, terão punição de perdas de pontos e até eliminação de equipes decorrentes de manifestações de racismo. A medida será implantada pela CBF em respeito a determinação da Fifa. O Comitê Executivo da entid

Por | Edição do dia 18/03/2006 - Matéria atualizada em 18/03/2006 às 00h00

| UOL Campeonatos nacionais, entre eles o Brasileiro, terão punição de perdas de pontos e até eliminação de equipes decorrentes de manifestações de racismo. A medida será implantada pela CBF em respeito a determinação da Fifa. O Comitê Executivo da entidade internacional estabeleceu mudança no seu Código Disciplinar para criar penas mais duras contra preconceito por raça. Atualmente, times cujos torcedores ou jogadores se manifestarem de forma indevida nesta área só poderiam sofrer multas ou ter atletas suspensos. Mas houve vários casos na Europa, protagonizados por torcedores espanhóis, italianos e do leste europeu. No Brasil, o episódio mais recente foi no Sul, onde Antônio Carlos, do Juventude, foi suspenso por ofender Jeovânio, do Grêmio, que é negro. Em seu site, a entidade divulgou que vai incluir a punição de três pontos perdidos para a equipe envolvida no primeiro caso de racismo. Serão seis pontos a menos na segunda infração do time. E está prevista a eliminação do clube na terceira vez. A Fifa não deixou claro se as punições serão aplicadas tanto por manifestações dos torcedores quanto dos jogadores. No artigo 55 do Código Disciplinar da Fifa, que será alterado, estão previstas multas a partir de 10 mil francos suíços (R$ 16.368) por atos racistas de jogadores, dirigentes ou da torcida. A entidade informou que vai obrigar todas as associações nacionais a incluírem as medidas em seus regulamentos. Qualquer confederação que não cumprir pode ser excluída do futebol internacional por até dois anos, isto é, a seleção e os times estariam fora das competições estrangeiras. Valed Perry, um dos advogados da CBF, afirmou que a entidade terá de fazer uma Resolução de Presidência (RDP) para estabelecer essas punições no Brasil, assim que for comunicada pela Fifa. A medida tem efeito imediato. “Norma da Fifa tem que ser seguida. A resolução se sobrepõe ao Código [Brasileiro de Justiça Desportiva]”, disse o advogado. “Foi como fizemos com a decisão da Fifa sobre cartões amarelos e vermelhos [determinava que as suspensões fossem automáticas].” Porém o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schimitt, defende que a CBF não pode legislar sobre o assunto. Afirmou que as questões disciplinares só podem ser alteradas com mudança do código, o que só poderia ser feito pelo Conselho Nacional do Esporte, órgão do governo federal. “Vai prevalecer a resolução da CBF porque o Brasil pode ser punido pela norma da Fifa”, defendeu Álvaro Mello Filho, que é membro da Comissão Jurídica do Ministério do Esporte e do Grupo de Futsal da Fifa.

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