Cronistas dividem opini�o sobre desempenho do Brasil na Copa

FERNANDA MEDEIROS Já estamos em clima de Copa do Mundo, o Brasil estréia na competição, nesta segunda-feira, às seis da manhã, contra a seleção da Turquia. As opiniões no meio esportivo alagoano estão divididas, em relação ao sucesso ou insucesso da Seleção Brasileira. Os cronistas do Estado, por exemplo, parecem não estar muito otimistas com o escrete do Felipão. Consideram que o Brasil passa da primeira fase (“Também se não passar, é melhor o futebol brasileiro fechar as portas...”, dizem), mas pensam que só Deus sabe o que vai acontecer na etapa seguinte. “A Seleção ainda não empolgou, pois o desentrosamento da equipe é visível. Acredito, também, que os jogadores não vão se adaptar ao esquema com três zagueiros, implantado por Scolari”, justifica o cronista André Braga, da RÁDIO GAZETA. Segundo ele, a grande preocupação no momento é com a defesa. “O esquema precisa ser muito bem trabalhado e a Seleção não teve tempo para isso. A preparação foi insuficiente”, considerou, acrescentando que o Brasil deve passar tranqüilo pela primeira fase, quando a partir daí poderá ganhar mais confiança do torcedor. O também cronista esportivo Carlos Miranda, da Rádio Milênio, é mais pessimista que seu companheiro de profissão e afirma categórico: “Não acredito em quem quer ser campeão sem planejamento e sem estrutura. Não existe campeão por acaso”, dispara. Ainda na opinião de Miranda, o ataque da Seleção é uma incógnita. “Será que a perna do Ronaldo vai agüentar? E o Rivaldo está bem mesmo? Essas são questões que preocupam”, disse. O comentarista Waldemir Rodrigues, da RÁDIO GAZETA, ao contrário de André e Miranda, é mais otimista. Ele disse que acredita que a Seleção pode chegar à final da Copa do Mundo. “Ela deve chegar, mas não vou apostar”, avisou. Segundo ele, os times mais cotados como favoritos — Argentina e França —, podem chegar à final, mas não são tão favoritos como dizem. “O favoritismo pode morrer no meio do caminho, pois o intervalo da primeira para a segunda fase é longo e muita coisa pode acontecer”, destacou. Dificuldades Jorge Moraes, comentarista da Rádio Milênio, também não acredita no sucesso da Seleção Canarinha, nesta Copa. Ele explica que na primeira fase o Brasil pode passar e até pode chegar à metade da competição. Porém, deverá enfrentar dificuldades nas quartas-de-final. “Nessa etapa o Brasil deve enfrentar uma das favoritas: Inglaterra, França ou Argentina. Aí a coisa deve complicar. Além disso, a própria Seleção não transmite confiança, pelo que deixou de fazer nas Eliminatórias e amistosos”, justificou. “Não confio na Seleção do Scolari, mas resta torcer para que um milagre aconteça”. É a opinião do cronista Costa Cabral, da Rádio Difusora. Segundo ele, em dois anos, quatro treinadores comandaram a Seleção Brasileira e o tempo para treinamentos foi curto. “O time já viajou indefinido e isso preocupa. Mas acredito que passe da primeira fase, pois é o favorito do grupo”, opinou. O apresentador e narrador Madson Delano, da TV GAZETA, parece ser o mais otimista de todos. Para ele, o Brasil joga bem justamente quando está desacreditado. “Quando não tem clima de ‘já ganhou” as coisas parecem mais fáceis”, considerou. Madson vai mais além ao dizer que acha que o Brasil trará o caneco de campeão mundial na bagagem. “Ele vai passar da primeira fase, vai chegar às finais e o melhor de tudo: vai ser pentacampeão”, finalizou. Romário A maioria dos cronistas entrevistados afirmou que o técnico Luiz Felipe Scolari fez muito bem em não convocar Romário para a Copa do Mundo. “Acho que Romário não rende mais do que está rendendo. Por isso seu futebol não seria suficiente neste Mundial”, disse Jorge Moraes. André Braga concorda com o companheiro, ao considerar que num grupo tem que haver disciplina e não pode ter uma ovelha negra como o Romário, que só cria problemas para a equipe”, afirmou. “O que o Romário está jogando não é o bastante para uma competição como a Copa do Mundo. Ele teria que estar jogando muito mais do que o que vem jogando no Vasco. Por isso, considero que a decisão de Luiz Felipe em não convocá-lo foi certa”, opinou Waldemir Rodrigues. Madson Delano é outro que aprovou a atitude de Felipão de deixar o Baixinho de fora da lista dos convocados. “Foi uma opção pessoal do treinador. Se para ele (Felipe), o Romário seria uma ovelha negra, que iria atrapalhar a ordem no grupo, então fez bem em não convocá-lo”, disse. Mas no meio de tantas opiniões contrárias a Romário, uma surgiu a favor da convocação do Baixinho e, conseqüentemente, contra a decisão de Felipão. O repórter da Difusora Costa Cabral disse que o treinador deveria ter separado as coisas e pensado no lado da torcida brasileira. “Ele misturou suas desavenças pessoais com Romário e foi egoísta. A meu ver, o técnico brasileiro deveria ter relevado os problemas com o Baixinho”, observou.