Scolari critica zagueiros e atacantes

Ulsan - O técnico Luiz Felipe Scolari reagiu com certa irritação à postura dos zagueiros e dos atacantes brasileiros na partida de ontem contra a Turquia, na estréia das equipes na Copa do Mundo, apesar da vitória por 2 a 1. Em determinados momentos do jogo, o treinador demonstrou impaciência com os zagueiros Lúcio e Edmílson, que desceram ao ataque com uma freqüência acima do desejável. Ou então, quando tentavam sair jogando num momento em que deveriam apenas tirar a bola da área brasileira. “Eu quero ensinar o zagueiro a ser zagueiro”, disse ele. Para ele, os defensores estavam descendo muito ao ataque e, em vários momentos, a defesa acabou ficando desguarnecida. O goleiro Marcos minimizou um pouco o problema dos zagueiros. “As falhas são normais e o esquema com três zagueiros foi bem”, ressaltou. Roque Júnior não quis fazer uma análise apenas de seu setor. “Se os jogadores de meio acertam a colocação e o ataque vai bem, a defesa joga melhor”, justificou. “No geral, foi uma boa atuação”. Os atacantes também receberam críticas do treinador. Para Scolari, o time chegou a criar várias chances para marcar, mas acabou desperdiçando boas oportunidades “por excesso de preciosismo”. Ele referia-se especificamente a um lance de Ronaldinho Gaúcho no primeiro tempo, quando apareceu livre para marcar e chutou a bola no goleiro. Apesar das críticas, Scolari disse que não espera fazer modificações para o próximo jogo contra a China, no próximo sábado. O treinador salientou que o atacante Ronaldo teve uma atuação “boa” e justificou que a substituição do jogador, aos 28 minutos do segundo tempo, foi necessária. “Ele estava cansado e era hora de sair”, afirmou. “No ritmo que estava jogando, o Ronaldo não pode ficar mais de 70 minutos em campo”. Bastante assediado pela imprensa internacional, Ronaldo disse ter gostado da sua atuação na partida. Demonstrando compreensão, ele não lamentou o fato de ter sido substituído na segunda etapa. “Eu já esperava sair porque estou muito atrás fisicamente dos meus companheiros. Dei o máximo, mas depois me cansei”, contou. Sobre o fato de ter voltado a marcar pela Seleção em uma partida internacional de relevância, especialmente por ser uma estréia na Copa do Mundo, Ronaldo minimizou sua importância no aspecto puramente pessoal: “O gol foi importante, mas principalmente porque estávamos atrás do marcador, numa situação difícil”.