Espanha busca vingan�a e a classifica��o contra Paraguai

Jeonju, Coreia do Sul - Coloque uma boa dose de provocação paraguaia. Adicione uma pitada do desejo de vingança espanhola. Misture com a necessidade de vitórias das duas equipes, apesar de motivadas por razões diferentes e estará pronta uma receita típica de um jogo explosivo. Com esses ingredientes, Espanha e Paraguai, que se enfrentam, nesta sexta-feira, às 6 h (horário de Brasília), em Jeonju, prometem emoção e gols pela segunda rodada do grupo B da Copa do Mundo. Liderados pelo polêmico goleiro José Luis Chilavert, que fará sua estréia no Mundial do Japão/Coréia do Sul, os paraguaios têm se dedicado nos últimos dias mais às provocações aos espanhóis do que aos treinamentos. O titular da camisa 1 do time sul-americano disse repetidas vezes que fará não apenas um, mas dois gols no “medíocre” Casillas, o goleiro da Fúria. O meia Acuña, que joga no futebol espanhol, não ficou atrás e disse que a zaga formada por Hierro e Nadal é lenta. Ainda entusiasmados com a vitória sobre a Eslovênia, por 3 x 1, no domingo passado, que quebrou um jejum de 52 anos, em que a Espanha não vencia numa estréia em Copa do Mundo, os jogadores e integrantes da comissão técnica da Fúria evitaram polemizar. Eles optaram em se defender das ironias adversárias, com farpas discretas endereçadas aos paraguaios. O técnico da Fúria, José Antonio Camacho, por exemplo, ressaltou que sua equipe não deve se preocupar com Chilavert, que é apenas mais um jogador do Paraguai. O resultado negativo, com direito a pênalti de Tavarelli, substituto de Chilavert, aos 45 min do segundo tempo, reacendeu as críticas ao trabalho do italiano Cesare Maldini, 70 anos. O presidente em exercício da Associação Paraguaia de Futebol, José Medina Sagalés, chegou a sugerir a demissão do veterano treinador, com a efetivação do goleiro Chilavert no cargo. É neste ambiente que o Paraguai terá de buscar a vitória para se manter com chances de classificação às oitavas-de-final. Não deverá ser tarefa fácil. Além de os espanhóis estarem embalados pela perspectiva de passar da primeira fase, há o desejo de vingança. Há quatro anos, na Copa da França, a Fúria se viu eliminada da competição, após empatar em 0 x 0 com os paraguaios. Naquela ocasião, a Espanha estava conturbada pela derrota por 3 x 2 para a Nigéria, em sua partida inicial. Necessitada da vitória, não teve tranqüilidade para superar a sólida defesa paraguaia, que acabou se classificando. Diferente Este ano a situação é diferente. A Espanha continuará com chances de classificação mesmo em caso de derrota, embora a vitória garanta a passagem à próxima etapa do Mundial. O desafio do time do técnico Camacho é manter o bom futebol apresentado contra a Eslovênia. Camacho deve repetir a equipe que derrotou a Eslovênia para enfrentar o Paraguai. Pelo lado paraguaio, o técnico Maldini, bastante criticado pela escalação defensiva no jogo de estréia, está escondendo a definição do seu time. O volante Paredes, que não atuou contra os sul-africanos, por estar contundido, foi liberado para participar dos treinamentos. O meia Alvarenga, também lesionado, é dúvida. O italiano, no entanto, não adiantou quem jogará. A única exceção é a confirmação da entrada do goleiro Chilavert. Espanha - Casillas; Puyol, Hierro, Nadal e Juanfran; Baraja, De Pedro, Valerón e Luis Enrique; Tristán (Morientes) e Raúl. Paraguai - Chilavert; Arce, Ayala, Gamarra e Caniza; Paredes (Gavilán), Struway, Toro Acuña e Guido Alvarenga (Jorge Campos); Jorge Campos (José Cardozo) e Roque Santa Cruz. Árbitro: Gamal Ghandour (Egito)