Professor�Luiz Felipe

Ulsan, Coréia do Sul - Virou moda chamar técnico de futebol de professor. Mas no treinamento de ontem à tarde no Mipo Field, na Universidade de Ulsan, Luiz Felipe Scolari fez jus ao título. Sem parar de orientar seus pupilos por um segundo, Felipão, com um humor muito melhor do que na véspera, cobrou bastante os jogadores durante um treino de finalizações. Felipão é um professor que sabe incentivar seus alunos. “Boa, artilheiro”, gritou ele para Luizão. “Boa Marcão,” após defesa do goleiro do Palmeiras. Ao mesmo tempo, puxa a orelha de quem esquece a lição. “Olha para a bola”, gritou, bravo, após Roque Júnior furar uma conclusão dentro da área. E pode ser extremamente didático, como após um cruzamento que Rivaldo não alcançou e Juninho, por trás, completou para o gol. “Aí tá o exemplo. O cara pode errar e você faz o gol. Não ache que o companheiro vai acertar”, disse Scolari. Na “escolinha do professor Scolari”, cada um encarna um tipo de aluno. Denílson é o malandro, que conversa com os repórteres espanhóis na beira do campo enquanto espera ser lançado pela esquerda. “É verdade que tem um cabeleireiro espanhol no hotel?” - pergunta ele. “O Kaká e o Juninho querem cortar o cabelo”. Em seguida, ele cacareja feito um frango, após um gol tomado por Dida. No meio do treino, gritos e buzinas. Era o gol de empate da Coréia. Um policial deixa a compostura de lado e sai correndo pela beira do gramado, com os dedos mostrando 1 x 1. Ele é aplaudido quando passa pela pequena arquibancada onde os jornalistas se escondem da chuva fina. No final, o mestre pede o fim do treino. “Chega, Baixinho, pelo amor de Deus”. Baixinho, neste caso, é seu assistente Murtosa, que comandava uma sessão de chutes a gol. A nova aula do professor Felipão está marcada para hoje, quando o time faz um coletivo antes da partida contra a Costa Rica na quinta-feira.