Esportes
Dida elege Ronaldo o destaque da Copa

JOÃO JOSÉ/EDITOR/ESPORTES O goleiro Dida, 28, alagoano de Lagoa da Canoa (a 139 Km de Maceió), desembarcou ontem, às 8h50, em Maceió, para receber uma série de homenagens pela conquista do pentacampeonato mundial de futebol, defendendo a Seleção Brasileira. A recepção a Nélson de Jesus Silva, que chegou em um táxi aéreo, procedente de Salvador, foi muito simples como ele próprio costuma aparentar ser. Acostumado ao assédio natural da imprensa brasileira, principalmente por sua participação na Seleção, Dida demonstrou muita calma para atender aos quase 30 repórteres rádio, jornal e televisão que iniciaram uma bateria de perguntas, relacionadas, é claro, à conquista do Brasil na Copa do Mundo Coréia/Japão. Apenas um torcedor, uniformizado com uma acanhada camisa da Seleção, esteve no Aeroporto Campus dos Palmares para recepcionar o goleiro reserva do Brasil. Jackson Cavalcante, 22, estudante, veio de Flexeiras (a 61 km de Maceió), para conhecer Dida de perto. Valeu a pena pegar um ônibus logo cedinho e vir aqui para apertar a mão do Dida. É uma emoção muito grande e maior ainda pegar na medalha que ele ganhou como um dos pentacampeões. Vou levando também para Flexeiras um monte de autógrafos do Dida para distribuir com os amigos, disse Jackson, demonstrando muita emoção. Homenagens Uma das homenagens ao reserva da Seleção Brasileira foi o recebimento da medalha Comendador Gustavo Paiva, de uma família tradicional de Rio Largo (a 27 km de Maceió). Dida passou pouco tempo em Maceió, seguindo também de táxi aéreo para Arapiraca (a 126 km de Maceió), onde participou de várias solenidades e desfilou em carro aberto. Depois foi para Lagoa da Canoa, onde residem seus pais, Celice Silva e Izaltino Silva, tendo marcado regresso para Salvador logo a seguir. O goleiro pentacampeão afirmou que sua emoção foi muito grande com a recepção do povo brasileiro, iniciada em Brasília. Foi um momento de grande emoção aquele povo todo nos aplaudindo. Nós jogadores estamos muito agradecidos pelo apoio recebido. Aqui, em Alagoas, também sei do apoio não só para mim, como também para todo o grupo. Carreira Para os alagoanos, especialmente, Dida lembrou o início de sua carreira, em 1991, no Cruzeiro de Arapiraca, já extinto. Sempre é bom lembrar onde você começa e o trabalho chega ao sucesso. Fui muito bem em Arapiraca e logo ganhei a chance de ingressar num clube de maior projeção, lembrou ao se referir ao Vitória (BA), de onde partiu para outros grande clubes, como Cruzeiro (MG), Lugana (Suíça), Milan (Itália) e Corinthians. No momento, seu passe pertence ao Milan, mas ainda continuará jogando no Corinthians. Dida falou da importância da primeira partida contra a Turquia, pois todos os integrantes da Seleção Brasileira consideravam fundamental um bom início. A partir do primeiro jogo, que sempre é tenso, nós começamos a sentir que poderíamos chegar nas finais e na conquista do título. Sem dúvida, o jogo contra a Inglaterra foi o mais difícil, inclusive com a imprensa considerando que era uma final antecipada, porém tínhamos uma confiança maior. A pergunta mais esperada foi se o goleiro alemão Oliver Kahn, da mesma sua posição, mereceu ser escolhido o melhor jogador da Copa-2002. Ele não hesitou em apontar Ronaldo como grande destaque do torneio: Foi uma injustiça. O Kahn é um excelente goleiro, mas Ronaldo brilhou muito mais. Não é por ser ele o meu companheiro com mais afinidade, desde os tempos do Cruzeiro lá de Belô (BH). Ele superou todos os obstáculos para dar a volta por cima. Depois de dois anos tentando se recuperar de uma lesão grave, o Ronaldo teve perseverança para lutar com todas as forças, voltar a jogar futebol e, além do penta, ser o principal artilheiro da Copa. Por tudo isso e pelo seu grande futebol no Mundial, ele deveria ter sido o destaque. Sobre Luiz Felipe, o técnico da Seleção, Dida rasgou elogios: É um líder. O que foi denominado a Seleção de família Scolari foi muito bem colocado. Todos os integrantes da Seleção fizeram uma união verdadeira e o objetivo tinha que ser alcançado para nossa alegria e da torcida brasileira. Em 2006, para a Copa da Alemanha, Dida vai estar com 32 anos. E as perspectivas para voltar a vestir a camisa verde e amarela? Goleiro é como vinho: quanto mais velho, melhor. Vou continuar fazendo meu trabalho com muita dedicação e estou na certeza de que estarei na Alemanha, se Deus quiser.