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Consagrado com conquista do Penta, Roque Jr. rebate cr�ticas

São Paulo - Na Copa de 1990, na Itália, o Brasil foi eliminado precocemente (nas oitavas-de-final) e quem levou a culpa foi seu jogador mais contestado, o volante Dunga. O mau momento da Seleção ficou conhecido como Era Dunga. Este ano, se o Brasil não fizesse uma grande Copa, a imprensa não iria poupar os atletas, e, provavelmente, os primeiros anos do século seriam conhecidos como Era Roque Júnior. Afinal, antes do Mundial, o zagueiro do Milan era o mais perseguido. O Brasil foi pentacampeão e Roque teve atuações impecáveis, principalmente nos últimos jogos. Nesta segunda, na primeira entrevista coletiva pós-Copa, realizada em um hotel da zona sul da cidade, o jogador analisou as críticas que o alvejaram antes do Mundial. No futebol, sempre existem as críticas, mas, a meu modo de ver, algumas delas foram bastante injustas. Isso não me abalou, continuei trabalhando normalmente. Se eu fosse me preocupar com os outros, eu não jogaria futebol. O ex-jogador do Palmeiras não acredita que tenha usado a Copa do Mundo para dar a volta por cima. Não dei volta por cima até porque eu não estava por baixo. Estou há dois anos em um grande clube, que é o Milan, e na Seleção Brasileira. Se não estivesse bem, eu não estaria nesses times, analisou. Além do lado pessoal, Roque Júnior também reclamou das críticas que foram feitas à Seleção nos últimos anos, principalmente no período das eliminatórias. É claro que a gente não disputou uma grande eliminatória, mas o que me estranha é que ninguém se lembra de que quem joga na Europa viaja 12 horas, sente uma diferença de fuso de cinco horas e dois dias depois tem que entrar em campo. Não é fácil, disse o mineiro nascido em Santa Rita do Sapucaí. Outra reclamação do zagueiro foi contra os que disseram que a defesa era o ponto fraco da Seleção e que, não fosse a alta qualidade dos jogadores de ataque, o Brasil não teria ido muito longe. Há gente que reclama que a zaga brasileira deu sustos. Quem joga futebol sabe que é normal o adversário ter uma ou duas chances de gol durante o jogo. Afinal, do outro lado do campo também estão jogadores de alto nível, querendo fazer o melhor. O desabafo do campeão não parou por aí. Sobrou até para o holandês Johan Cruyff, que criticou a Seleção Brasileira. Para o craque da Copa de 74, o Brasil praticou o antifutebol na Coréia do Sul e no Japão e foi um mau exemplo para o futuro do futebol. Roque discorda. Tivemos o melhor ataque com 19 gols e a segunda melhor defesa, com média de 0,6 gol por jogo. Também marcamos gols em todas as partidas. Se isso não é futebol, não sei o que é, criticou.