Divisão de base: caminho seguro para clubes
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Por Marlon Araújo | Edição do dia 01/02/2025 - Matéria atualizada em 01/02/2025 às 04h00
O futebol brasileiro, com sua riqueza de talentos e grandeza, se sustenta, em boa parte, nas categorias de base. No Nordeste, clubes como Sport Recife e Bahia têm mostrado bons resultados nesse aspecto.
Outros trabalhos mais recentes de clubes da região surgem com ideias voltadas para a base como formação. São exemplos disso o Retrô-PE, o Maracanã-CE e o Serra Branca-PB, que investem fortemente na revelação de jogadores.
Em Alagoas, CRB e CSA ainda engatinham nesse sentido. O time regatiano tem feito investimentos e tenta estruturar um trabalho mais sólido na base. No entanto, um exemplo positivo no Estado é o Zumbi, que tem realizado um trabalho de referência dentro de sua realidade. Alagoas já teve projetos com esse foco no passado. Em tempos longínquos, equipes como Dalmo Peixoto e Agrimaq trabalhavam com a revelação de jogadores, mas o maior exemplo de sucesso foi o Corinthians Alagoano que, desde o início, tinha uma visão voltada para a base e conseguiu negócios no Brasil, na Europa e na Ásia.
Com a ascensão das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), o investimento na base se tornou um dos ativos mais valiosos para os investidores dos clubes. O Sport, por exemplo, tem uma base tradicional e histórica, que revelou grandes nomes. O caso mais recente é o do lateral-direito Pedro Lima, 17 anos, vendido ao Chelsea, por 7,5 milhões de euros (R$ 43,8 milhões), valor que pode aumentar com bônus. Esse tipo de negociação reforça o papel estratégico das divisões de base, tanto para fortalecimento esportivo quanto para geração de receita.
Já CSA e CRB enfrentam desafios maiores nesse processo. O CSA tem buscado avançar, investindo em escolinhas e parcerias, mas ainda precisa de uma estrutura mais robusta para consolidar o trabalho a longo prazo. O CRB, por sua vez, tenta se tornar um clube formador e fortalecer sua base, mas enfrenta dificuldades em reter seus principais talentos, que muitas vezes são atraídos por clubes maiores do País.
Além do impacto esportivo, as categorias de base desempenham um papel fundamental no fortalecimento da identidade dos clubes e na sustentabilidade financeira. Uma gestão eficiente permite que os clubes não apenas formem talentos, mas também lucrem com a venda de jogadores, reduzindo a dependência de contratações caras. Base não é gasto, é investimento — e um dos mais seguros para quem deseja crescimento sustentável.