COLUNA DO MARLON
Futebol de AL desafiou rótulos e se impôs
....


A terceira fase da Copa do Brasil chegou com um peso previsível: os times do pote 1 seriam favoritos, os do pote 2 cumpririam o papel de figurantes. Mas esqueceram de avisar isso ao CSA e ao CRB. Esqueceram que em Alagoas também se joga bola com coragem, inteligência e fome de virar página.
No Rei Pelé, o CSA fez mais que vencer. Derrubou um tabu de quase 50 anos contra o Grêmio. A última vitória azulina sobre o Tricolor gaúcho havia sido em 1975. Em campo, o CSA foi intenso, reagiu à virada adversária e escreveu, com suor e alma, um dos capítulos mais simbólicos da sua trajetória. Venceu por 3 a 2 com autoridade — e devolveu à torcida azulina a certeza de que tradição também se renova.

Na Vila Belmiro, o CRB não tremeu diante da camisa santista. Foi organizado, competitivo, suportou pressão e teve nos acréscimos a chance de vencer o jogo. O pênalti desperdiçado impediu a vitória, mas não apagou a atuação madura de um time que se recusou a ser coadjuvante.
Mas talvez o maior detalhe da rodada — e que merecia manchete — seja esse: nenhuma das equipes alagoanas chega para o jogo da volta em desvantagem. O CSA pode empatar. O CRB, se vencer no Rei Pelé, avança. Se empatar, pênaltis.
Enquanto o eixo discute crises de Grêmio e Santos, por aqui a pauta é outra: autoestima recuperada. O futebol alagoano mostrou que sabe competir. E mais: que sabe se colocar no jogo quando o adversário vacila.
Não estamos comemorando antes da hora. Só estamos lembrando, com os pés no chão e a cabeça erguida, que Alagoas também sabe jogar. E que respeito, no futebol, não se herda. Se conquista.