COLUNA DO MARLON
As razões invisíveis do futebol
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Tem horas em que o futebol escapa das nossas mãos. Foge das pranchetas, das estatísticas e das certezas. O jogo parece ter vontade própria. Um time que treinou até o limite não funciona. Um craque que vinha voando tropeça nas próprias decisões. E não há tática que explique.
O campo tem seus humores. O futebol é um organismo vivo, pulsando entre a razão e o imponderável. Há um território ali que nenhum analista alcança. Porque o jogo também é emoção, energia, acaso. É a bola desviando um centímetro, o goleiro que escolhe o canto errado, o passe que sai no tempo exato.
O futebol tem uma parte que é ciência e outra que é alma. A primeira se estuda, se treina, se organiza. A segunda simplesmente acontece. É quando o estádio inteiro parece respirar junto, quando um toque muda o destino de um campeonato.
Talvez seja por isso que o futebol nunca cansa. Porque ele é, antes de tudo, humano. Erra, acerta, se reinventa. É drama, arte e vida. E quando o jogo parece inexplicável, talvez seja apenas o futebol sendo o que sempre foi: imprevisível, apaixonante e maior do que qualquer explicação.
