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COLUNA DO MARLON

CRB e a ousadia de ser responsável

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CRB iniciará 2026 em sua 12ª participação consecutiva na Série B
CRB iniciará 2026 em sua 12ª participação consecutiva na Série B | Foto: Ailton Cruz

A Série B funciona em extremos. Quatro celebram o acesso, quatro encaram o rebaixamento, e o restante atravessa o campeonato sustentando projetos, corrigindo rumos e evitando riscos maiores. O CRB iniciará 2026 em sua 12ª participação consecutiva, marca rara num futebol em que a estabilidade dura menos que um ciclo eleitoral.

Mesmo assim, uma parte da torcida insiste em reduzir o debate a uma suposta falta de ousadia. A crítica é sedutora, mas simplifica o que realmente levou tantos clubes tradicionais ao colapso. Cruzeiro, Botafogo e Vasco pagaram caro pela fantasia do investimento infinito, o Santos subiu e já convive novamente com o fantasma da queda, e outros recorrem ao Judiciário para sobreviver. O Paraná Clube não teve a mesma sorte: saiu do foco, saiu das divisões e saiu do mapa.

Houve um tempo em que o CRB atravessava a divisa para Recife como quem cumpria sentença. Os tempos mudaram. Em 2026, Pernambuco terá Náutico e Sport na Série B, Santa Cruz na C, enquanto o CRB sustenta hegemonia estadual, mira o pentacampeonato alagoano e ocupa o topo do ranking do Estado.

O futebol brasileiro normalizou dirigentes que contratam no fiado e deixam no débito o futuro do clube. O CRB fez o inverso. Optou por estrutura, previsibilidade e responsabilidade fiscal. Agora, com o Fair Play Financeiro da CBF, a prudência ganha status de regra. Aquilo que antes era virtude voluntária passa a ser exigência regulatória.

O desafio adiante não está na contabilidade, mas na construção do elenco. A espinha dorsal está estabelecida, o modelo de jogo absorvido. Falta escolher com precisão as peças que potencializam o que já existe. O acesso nasce disso, não de slogans.

Num ambiente viciado em pressa e alimentado pelo imediatismo, o CRB decidiu ir pelo caminho mais improvável: o da responsabilidade. No futebol brasileiro, isso não é pouco. É ousadia em estado puro.

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