AGRADECIMENTO
Do leitor de domingo ao colunista da Gazeta
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Encerrar o ano escrevendo esta coluna é mais do que fechar um ciclo. É olhar para trás com gratidão e entender o tamanho do caminho percorrido. O trabalho feito aqui em 2025 foi, acima de tudo, compromisso com o futebol e com quem o vive de verdade, o leitor.
Escrever sobre futebol nunca foi apenas falar de jogo, escalação ou resultado. Sempre foi falar do cotidiano do povo, das paixões, das dores, das injustiças e das conquistas que o futebol escancara como poucos espaços sociais conseguem. Essa coluna tentou, semana após semana, tratar o jogo com seriedade, mas também com humanidade.
Ser colunista do Jornal Gazeta de Alagoas é motivo de orgulho real. De quem cresceu esperando o jornal chegar no domingo, leitura obrigatória em casa. De quem sofria nas segundas-feiras, porque o jornal não circulava e o debate ficava incompleto. O futebol também educa o hábito, forma opinião, cria memória. Estar hoje do outro lado da página é simbólico demais para ser tratado como rotina.
Ter Fernanda Medeiros como editora da coluna deu segurança, liberdade e cuidado. Editar também é construir. E houve um dia que ficará guardado para sempre. Quando o Mestre Claudemir Araújo avisou que a capa do jornal teria a chamada da nossa coluna. Não foi exagero. Comemorei como gol de título. Porque quem vive de futebol sabe, algumas vitórias não têm placar, têm significado.
Ao longo do ano, os temas tratados foram os temas do dia a dia das pessoas. O futebol atravessado pelo racismo, com um árbitro alagoano exposto a uma das faces mais cruéis do jogo. A violência das torcidas, tratada não como torcida organizada contra polícia, mas como problema social que exige responsabilidade coletiva. A Segurança Pública de Alagoas virou referência nacional no enfrentamento dessa mazela, e isso também é futebol, porque o estádio começa muito antes do apito inicial.
Falamos de saúde mental, de pressão, de ambiente tóxico, de gente que sofre calada num meio que cobra resultado como se fosse máquina. Falamos de formação, de sonhos, de famílias, de escolhas certas e erradas. Falamos do que acontece no campo, mas também do que acontece fora dele, porque separar as duas coisas é uma mentira conveniente.
Essa coluna nunca foi sobre agradar. Foi sobre respeitar. Respeitar o leitor, respeitar o futebol e respeitar a palavra escrita. O jornal impresso cobra isso. Não aceita descuido, não aceita frase vazia. Cada texto publicado carregou esse peso e essa honra.
Aos leitores que acompanharam, criticaram, elogiaram e seguiram lendo, meu muito obrigado. Vocês sustentam o sentido desse espaço. Que 2026 siga com futebol, com debate, com responsabilidade e com a mesma paixão que nos trouxe até aqui.
O ano termina.
O futebol continua.
E escrever sobre ele, aqui, segue sendo um privilégio.
