Depois de muita pressão, o governo admitiu uma conversa com os policiais civis nessa segunda-feira, mas todos sabem, de antemão, que essa decisão foi uma forma de empurrar com a barriga as legítimas reivindicações da categoria e que nenhuma solução será apresentada durante a reunião. Alguém duvida?

Para essa reunião, desgastada pelos sucessivos movimentos dos policiais civis, o governo do Estado ganhou tempo, mas, de prático, mais uma vez, não apresentará proposta compatível com as necessidades da categoria. O que pode acontecer – e é uma velha tática sempre utilizada – é o secretário Fabrício Marques, da Seplag, fazer uma proposta aquém da realidade e ficar o dito por não dito.

Para quem acompanha a discussão de reposições salariais no governo, sabe que o negócio é ganhar tempo e forçar um desgaste da categoria com a população, se insistir em paralisar suas atividades no Natal e Ano Novo, como prometeu. Quem duvidar que espere pra ver o resultado desse encontro esperado há meses por servidores da polícia judiciária.

GUERRA NA PC

Após trombar com os policiais civis, o governador agora ampliou sua base de atritos na segurança pública. Começou a demitir delegados de suas funções pelo simples fato de eles se recursarem a tomar conta de várias delegacias simultaneamente.

AÇÕES POLÍTICAS

O governo do Estado, depois de cinco anos sem melhorar a saúde dos alagoanos, inventou agora um programa para atender cinco mil cirurgias gratuitas na capital e no interior. Para quem ainda não deu um passo sequer para melhorar a vida da população nessa área, em que pese obras faraônicas estejam sendo realizadas paulatinamente, é difícil de acreditar num projeto dessa natureza. Afinal de contas, não é de agora que a população mais sofrida vira a noite na fila para conseguir uma ficha para uma simples consulta médica.

APELO SENTIMENTAL

Brigado com o deputado Galba Novaes – chegou a demitir seu filho do Procon, meses atrás –, o “Pequeno Polegar” volta a fazer as pazes com o parlamentar com um olho nas eleições para prefeito de Maceió no próximo ano. Expediente político de baixo nível para forçar Galba a voltar ao seu palanque político, ele anunciou o nome do pai do deputado para uma UPA no Tabuleiro do Martins, que ninguém sabe quando será inaugurada.

CONFIANÇA TOTAL

O marqueteiro Adriano Gehres, às voltas com a Polícia Federal sob a acusação de prática de corrupção nas eleições de 2014 e que também tem complicado o seu chefe, será o mandachuva da campanha política do próximo ano. Será dele e de mais ninguém a responsabilidade de ratificar o nome do candidato a prefeito do governador Renan Filho. Força descomunal no governo porque sabe muito das estripulias praticadas até agora, Gehres conta com o apoio total de Renan Filho, que que morre de medo de ele abrir a boca quando for interrogado pela Polícia Federal.

PRESSÃO EXTERNA

O “Menudo”, sócio de uma moderna sandubaria na Jatiúca, tem apostado que seu nome é forte no Palácio República dos Palmares para disputar a prefeitura de Maceió. Mesmo que ainda não tenha saído do lugar nas pesquisas de opinião, ele confia no sogro como arma de pressão contra o governo.

DESCARTANDO

Quem acompanha o embate do governo com sindicatos e associações, sabe que o volume de atritos está aumentando a cada dia. São professores, policiais civis, delegados, Polícia Militar, agentes penitenciários, fiscais de renda, servidores da Casal e por aí vai.

» O Ministério Público está precisando se manifestar sobre os pagamentos irregulares feitos pelo governo do Estado a algumas empresas, sem licitação. » As denúncias do promotor Coaracy Fonseca precisam ser apuradas com urgência. » » Como anda o inquérito instaurado pelo MP sobre a omissão do secretário Luciano Barbosa sobre as péssimas condições no Centro de Atendimento a Autistas que mais parecia um campo de concentração? » Pelos rumos das investigações com depoimentos bombásticos sobre recebimentos de propinas, falta pouco para o governador Renan Filho se tornar réu na Lava Jato. O cerco está apertando e novas revelações levam colaboradores do “Pequeno Polegar” diretamente ao chefe.