A tragédia dos bairros atingidos pelo afundamento, que tomou conta do noticiário dos principais órgãos de imprensa do País após o colapso na mina 18, com consequências imprevisíveis – o que acabou não acontecendo -, não afastou o trabalho de bastidores de boa parte da classe política que está voltada para as eleições do próximo ano.

Os acordos financeiros, alianças políticas e compromissos outros estão sendo assumidos por lideranças principalmente no interior do Estado, aproveitando o momento em que os órgãos de fiscalização estão voltados para o problema causado pela Braskem.

ESPERANÇA

Como ainda não se tem um diagnóstico conclusivo sobre os efeitos do colapso da mina 18, teremos que esperar o prazo de 10 dias pelo resultado dos estudos feitos com os novos equipamentos colocados no Mutange. Até lá, tudo pode acontecer.

PROJEÇÃO

Nenhuma observação até agora garante que a situação do desmoronamento da mina está resolvida. O volume de água recebido da lagoa pode mostrar o que pode acontecer outras minas estabelecidas nas proximidades.

BLOQUEIO

Os órgãos de fiscalização, entre eles o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública e o Ministério Público de Alagoas, jogaram pesado na última quinta-feira, ao pedir o bloqueio de R$ 1 bilhão da Braskem.

PRESSA

Para cabos eleitorais já contactados e com compromissos assumidos, mesmo que o Estado passe por uma situação difícil com a tragédia da mineração, não se pode perder a chance de fechar acordos já para o próximo ano, com vistas a uma eleição que promete ser das mais disputadas na capital e no interior.

DISPUTA

A disputa política entre os dois grupos mais fortes atualmente em Alagoas vai de vento em popa, principalmente no estica corda patrocinado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e pelo senador Renan Calheiros, presidente do diretório regional do MDB.

PALANQUE ASSEGURADO

Mesmo que ainda falte algum tempo para ser iniciada, a CPI da Braskem deixa uma expectativa de que serão feitas muitas revelações com as convocações por parte de membros da comissão. E, de pronto, a curiosidade para saber quem são os verdadeiros responsáveis direta ou indiretamente pela tragédia socioambiental.

RELATOR

Nos bastidores, a disputa agora é para a indicação do relator da CPI, cargo essencial na confecção do relatório final. Por ter sido autor do pedido de criação da comissão, a lógica diz que Renan deveria ser o escolhido. Mas como os trabalhos terão inicío em um ano eleitoral, ninguém sabe o que vai acontecer.

PRA ESQUECER

O Plano Diretor de Maceió, uma das maiores prioridades da cidade, tão cedo será apreciado pela Câmara de Vereadores. Embora o vereador Eduardo Canuto venha se esforçando para dar sequência ao trabalho, as eleições do próximo ano não devem deixar a apreciação do projeto acontecer. A campanha, por certo, inibirá qualquer ação mais intensa sobre o plano.

SALÁRIO

A Prefeitura de Maceió vai pagar o salário referente ao mês de dezembro na próxima quarta-feira (20) a todos os servidores efetivos, comissionados, aposentados, pensionistas e estagiários do município. Nesse mesmo dia também será liberado o 13° salário ao funcionalismo municipal.

» Os senadores Rodrigo Cunha e Renan Calheiros se estranharam durante a instalação da CPI da Braskem, que deverá ter seus trabalhos iniciados em fevereiro, a contragosto do governo federal.

» Enquanto o MP corre atrás para que a Braskem assuma com os compromissos, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, argumenta que a empresa tem cumprido rigorosamente com suas obrigações.

» Ninguém sabe ainda com segurança os efeitos do colapso da mina 18, que inicia seu período de acomodação.

» Prefeito, governador e a bancada federal deverão se reunir mais uma vez nos próximos dias para definir as prioridades para os atingidos pela tragédia.