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Nº 5692
Integração

Confira os destaques do interior alagoano #I15012020

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Por MOZART LUNA | Edição do dia 15/01/2020 - Matéria atualizada em 15/01/2020 às 06h00

O TRÁFICO NOS MUNICÍPIOS

O tráfico de drogas tomou conta de 97,31% de 1.599 municípios brasileiros. Pelo menos esses são os números mostrados na pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A circulação de crack especificamente foi apontada por 73,80% dos municípios que participaram do estudo – disponível on-line na biblioteca da entidade e com dados atualizados no Mapa do Observatório do Crack. Um dos pontos levantados é a capilaridade do problema, que alcança pequenas e grandes cidades, mais próximas ou distantes de grandes polos ou mesmo da fronteira do país. Isso porque 87,3% dos municípios pesquisados são localidades de pequeno porte — ou seja, possuem menos de 50 mil habitantes. Os traficantes ampliam seus tentáculos para pequenas cidades e cooptam jovens em situação de vulnerabilidade familiar que são as principais vítimas. Tudo isso aliado à ausência de repressão policial para banir o tráfico nessas comunidades. O presidente da CNM, Glademir Aroldi, diz que falta recursos para enfrentar a temática. Segundo ele, não é possível ter um Caps em todas as cidades. Ele defende descentralização de serviços regionalizados, com apoio da União e dos Estados também.


RESPOSTA

Segundo o estudo, 50,16% das gestões que responderam à pesquisa desenvolvem ações com recurso próprio. Além disso, apenas 28,72% possuem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional. As principais áreas afetadas pelo uso de drogas são saúde (67,92%), segurança (61,48%), assistência social (60,48%) e educação (56,47%).


NÍVEL

Quanto ao nível dos problemas causados pelo consumo e circulação de drogas, 49,73% apontaram que o nível é médio ante 36,24% que acham o nível alto, e 13,68% que indicaram nível baixo.


CLASSIFICAÇÃO

A situação é analisada e classificada pelos gestores na pesquisa com base em suas próprias percepções. Portanto, não há números delimitando os níveis. Na análise da situação, apenas em relação ao crack, 46,99% veem nível médio de problema, 29,94%, nível alto e 20,79%, nível baixo.


OBSERVATÓRIO DO CRACK

Dados de usuários de drogas nos municípios são raros, como confirma o estudo do Observatório do Crack: apenas 22,45% dos pesquisados têm estimativas desse grupo. O baixo índice já era esperado, pois há uma falta de informatização dos sistemas e também entre as áreas que trabalham com a temática.


USUÁRIOS ITINERANTES

Outra questão é que grande parte da população usuária de drogas é itinerante. Também existem relatos dos participantes da pesquisa sobre a dificuldade de acompanhamento desses indivíduos, que entram e saem da rede de atenção inúmeras vezes, em razão de recaídas.


ALAGOAS

Em Alagoas, o cenário do uso de drogas é ainda mascarado e não se tem um perfil exato dos problemas nas pequenas cidades. Contudo, a Secretaria Estadual de Segurança Pública tem um mapeamento realizado pelo Serviço de Inteligência, que aponta municípios que estão com a situação crítica.


ALVOS

O comércio e o consumo de drogas em Alagoas continuam sendo feitos em grande escala, principalmente em centros urbanos a partir de 20 mil habitantes. Principalmente aqueles que possuem alguma atividade econômica. Regiões como o Litoral Norte são disputados por facções criminosas.


BASE

Entretanto, a base dos chefes geralmente não é formada por cidades onde a venda ocorre, mas por municípios vizinhos, de onde partem as operações. O mais grave é que essa atividade criminosa possui raízes profundas, que passaram a comprometer o funcionamento das instituições.


CRESCIMENTO

O preocupante é que o comércio de drogas vem crescendo em todo o Brasil. Em alguns lugares, com mais velocidade, onde a repressão é debilitada. Em outros, com menor intensidade, como em Alagoas. O novo Governo Federal não definiu uma política específica de combate ao narcotráfico e corre o riso de ser engolido por ele.

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