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Nº 5691
Integração

Confira os destaques do interior alagoano #I27022021

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Por Jorge Carlos | Edição do dia 27/02/2021 - Matéria atualizada em 27/02/2021 às 04h00

Rota Ecológia ameaçada

Os principais destinos turísticos em Alagoas não possuem rede de saneamento básico, situação que vem se agravando principalmente em municípios que estão recebendo grandes investimentos hoteleiros. Em algumas das construções estão num ritmo tão rápido que a situação já é preocupante, como, por exemplo, a Rota Ecológica, no Litoral Norte de Alagoas, no trecho entre a Barra do Camaragibe e Porto de Pedras. Todo esse trecho de litoral está recebendo um grande impacto ambiental, com construção de novos empreendimentos turísticos, que inclui receptivos com bares e restaurantes, luxuosos condomínios de grande porte e muitos loteamentos para construção de imóveis para veraneio. Uma carga de “concreto”, dejetos humanos e resíduos sólidos que vão causar com toda certeza uma mudança ambiental trágica para o ecossistema, transformando o que é um paraíso em um conglomerado urbano com muitos problemas. É preciso planejamento e principalmente elaborar normas e uma legislação específica, normatizando a ocupação das áreas, principalmente as próxima às praias, que começam a sofrer transformações com a presença das famosas galerias de águas pluviais, que são um disfarce para se jogar esgoto, como ocorre em Maceió. Outra ação preventiva deve ser a presença de órgãos federais como ICMBio e Ibama fiscalizando o que está sendo erguido naquele trecho de litoral, enquanto ainda há tempo.


Rota inundada

Os problemas começaram a surgir na Rota Ecológica com o volume de construções de imóveis, condomínios e loteamentos que estão removendo a vegetação nativas e vastos coqueirais, afetando o solo e todo ecossistema que faz daquele trecho de litoral um paraíso diferenciado em todo Nordeste. A destruição que está sendo promovida é algo terrível. O primeiro sinal da natureza já surgiu: as inundações.


Rota inundada 2

Todas as vezes que chove, um trecho da rodovia AL-101 Norte, no distrito de Marceneiro, no Passo do Camaragibe, fica embaixo d’água, impossibilitando o trânsito de veículos e invadindo as casas de quem mora próximo. Os moradores afirmam que o problema surgiu depois da construção de um condomínio que aterrou um riacho temporário no local.


Rota seca

Outro problema que ocorre sempre na alta estação durante o verão é a falta de água na Barra do Camaragibe, Marceneiro e alguns distritos de Porto de Pedras. Isto se deve à redução do nível do lençol freático. Muitos poços artesianos, alguns gigantes, foram instalados sugando a água do subsolo e fazendo secar os menores. Logo, o processo de salinização se expande, como já ocorre em Maragogi.


Rota Seca 2

A total falta de planejamento e de cuidado com as reservas da Mata Atlântica, aliada à devastação da vegetação litorânea, dá início ao processo de desertificação e extinção de veios d’água, tanto na superfície do solo como embaixo. Os moradores mais antigos comentam que vários riachos sumiram entre Barra do Camaragibe e Porto de Pedras e outros se tornaram filetes de água.


Tragédia ambiental

O que vem ocorrendo na Rota Ecológica é uma tragédia ambiental anunciada. A ganância imobiliária, aliada à ânsia de lucro de empreendimentos turísticos que não respeitam a harmonia com o meio ambiente, porá fim a um dos destinos turísticos mais lindos do Brasil. O triste é que tem empresário disfarçado de ambientalista, de olho no faturamento, custe o que custar.


Corais/APA

Os problemas que existem nas piscinas naturais da Rota Ecológica são sérios devido à falta de fiscalização, consequência da desmobilização dos fiscais do ICMBio. Hoje, toda a área sofre bastante com a presença de lanchas e pessoas que frequentam as piscinas naturais sem respeitar as regras, como recolher o lixo, evitar fazer churrasco nos corais e usar som alto.


Corais/APA 2

Os jangadeiros que fazem os passeios estão preocupados com o que vem ocorrendo, mas dizem ser impedidos de falar, alegando que os transgressores são poderosos, de alto poder aquisitivo e “amigos” de quem está no poder no momento. Mas tudo passa, inclusive o poder. A conta ambiental vem depois.


Porto Calvo/rompimento

Nos bastidores, comenta-se que a prefeita Erontia Espósito já deu um cartão amarelo para seu irmão, o ex-prefeito Kaika. Segundo uma fonte do gabinete, a prefeita teria decidido tomar um rumo próprio na administração municipal, afastando-se da influência de Kaika, segundo a mesma fonte.

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