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Confira os destaques do interior alagoano #I18022022

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Mineração: a sombra da morte no Agreste

Esta semana publicamos a denúncia realizada por um operário, trabalhador da Mineradora Vale Verde (MVV), de que o ambiente de trabalho é perigoso à saúde, devido à densidade da poeira produzida pelo processo de mineração para extração do cobre. O trabalhador relata, em seu e-mail: “Sou o R. Não quero ser identificado. Se forem fazer qualquer matéria que envolva a MVV, especialmente se relacionar a poeira, favor informar q os empregados não recebem adicional de insalubridade. Se os moradores das comunidades ao entorno da MVV reclamam da poeira, imagina nós, da operação e do administrativo que ficamos sob esses materiais particulados horas ao dia e sem direito a adicional de insalubridade. Favor denunciar isso por nós. Já tentamos reclamar internamente na empresa e não deu em nada. Obrigado “R”. Vamos preservar o denunciante, já que o clima de pressão e o medo impera dentro da Mineradora Vale Verde, que também mantém a distância da imprensa, deixando de ser transparente quanto à atividade de mineração. A empresa, que vem sendo chamada de a “nova Braskem do Agreste”, mal iniciou suas perigosas atividades e já dar sinais das tragédias que trará para os moradores da região. Agora só resta ao Ministério Público do Trabalho investigar as denúncias. Quanto a nós da imprensa, continuaremos denunciando as mazelas da prática danosa à vida e ao meio ambiente.

MVV/Nota

A Mineradora Vale Verde, através de sua assessoria de imprensa, nos enviou uma “nota” em resposta à denúncia realizada pelo Operário da empresa, o Senhor R. A nota tenta explicar que a empresa prima pela segurança dos trabalhadores e destaca o uso de máscara e outros equipamentos, mas não responde à principal indagação das vítimas da poeira quanto ao pagamento do adicional de insalubridade.

“Não tem poeira”

Na nota, a Mineradora alega que “não há caracterização de ambientes de trabalho insalubres, que seriam aqueles em que os EPIs não seriam suficientes para garantir condições de trabalho salubres. Adicionalmente, a MVV também possui o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), com base em um conjunto de normas, procedimentos e instruções técnicas estruturadas e aplicáveis às atividades executadas em nossas dependências”.

OAB/BRASKEM

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) vai atuar em defesa dos moradores atingidos pela ação de mineração na comunidade do Flexal, em Maceió. O presidente da instituição, Vagner Paes, participou da II Rodada de Conversa promovida pela Defensoria Pública de Alagoas e pela Prefeitura de Maceió e se colocou à disposição da população.

OAB/tomou as dores

“Se a Ordem, no passado, não tomou as dores de vocês, a partir de agora ela vai tomar. A Defensoria Pública não está mais sozinha. A Ordem vai caminhar ao lado da Defensoria Pública, lutando para que a Justiça seja feita para essas comunidades atingidas, que não estão sendo enxergadas devidamente como cidadãos e cidadãs de Direito”, afirmou Vagner Paes durante a audiência.

OAB/direito republicano

De acordo com o presidente da OAB/AL, é importante que soluções para o caso sejam construídas ouvindo a comunidade. “A autoridade em uma República é do povo. Ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de dizer como será resolvida a vida de vocês, a não ser vocês mesmo. Por isso que esse momento é importante. Para que vocês digam qual é a solução mais adequada”, frisou Vagner Paes.

OAB/Agreste

Enquanto a OAB Alagoas assume uma posição em favor da vítima da atividade de mineração da Braskem em Maceió, falta também que a instituição olhe com carinho para as tragédias que podem ocorrer, consequências da atividade da exploração de cobre na região Agreste. Até agora somente a imprensa continua na trincheira de luta.

Tragédia anunciada

Os alertas realizados pela imprensa sobre o perigo que representa a atividade de mineração realizada pela Vale Verde no Agreste têm sido dados, assim como foi quando a antiga “Salgema” na década de 80. Se algo tivesse sido feito naquela época, com certeza não estaríamos vivendo hoje a tragédia em Maceió.

Sombra da morte

Agora o perigo está no Agreste, onde a sombra da morte está presente com atividade de mineração. Uma gigantesca barragem foi construída e ficará completamente cheia de rejeitos, resultado do uso do processo químico para extração do cobre. O ar, a água e até mesmo os alimentos produzidos na região estão em perigo. O sinal amarelo está aceso.

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