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Nº 5759
Internacional

Alerta sobre extin��o da terra

Johannesburgo – O mundo poderia estar vivendo sua maior extinção em massa de espécies desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Esta é a crença de muitos cientistas que participarão da Rio +10, em Johannesburgo, na África do Sul. A p

Por | Edição do dia 01/09/2002 - Matéria atualizada em 01/09/2002 às 00h00

Johannesburgo – O mundo poderia estar vivendo sua maior extinção em massa de espécies desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Esta é a crença de muitos cientistas que participarão da Rio +10, em Johannesburgo, na África do Sul. A preservação da biodiversidade promete ser uma das pautas do evento. Alguns estudos sugerem que o grupo de vertebrados hoje existentes no planeta pode ser reduzido pela metade nos próximos cem anos. Segundo um levantamento recente das Nações Unidas, a ameaça das espécies estaria associada a fenômenos provocados pelo homem como o desmatamento, a poluição e o aquecimento global. Em São Paulo, ao contrário da maior parte do planeta, a América do Sul esbanja reservas de água doce e abriga um verdadeiro mar subterrâneo, com capacidade para abastecer o Brasil inteiro por 2.500 anos. O problema aponta um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde o megarreservatório vem sendo contaminado por agrotóxicos nas áreas em que está perto da superfície. Quem dá o alerta é o geólogo Marco Antonio Ferreira Gomes, da Embrapa Meio Ambiente. Ele coordena um projeto que avalia a contaminação do chamado aquífero Guarani, um reservatório subterrâneo que abrange trechos de oito Estados brasileiros e de três países vizinhos (veja o quadro à direita). A pesquisa encontrou níveis de agrotóxico próximos ao limite considerado perigoso para a saúde humana num dos trechos paulistas do aquífero e definiu outras quatro áreas no país onde o risco de contaminação pode ser sério. A maior ameaça, diz o cientista, é o avanço da monocultura intensiva sobre as chamadas áreas de recarga, onde a proximidade do aquífero com a superfície o expõe à água da chuva ou dos rios (e aos agrotóxicos trazidos por ambas). “As áreas de recarga estão a uns 40m ou 50m da superfície, em geral nas bordas da área do aquífero”, afirma Gomes. “Outras áreas dele estão confinadas (separadas da superfície por rochas). Em São José do Rio Preto (interior de São Paulo), por exemplo, o recobrimento do aquífero chega a ter 1.200m de rocha”, afirma. O trabalho da equipe começou em 1995, avaliando o Estado da área de recarga em Ribeirão Preto (314 km ao norte da capital paulista). A região combina dois fatores interessantes para os pesquisadores: é dominada pelas plantações de cana-de-açúcar, o que significa muito agrotóxico, e seu abastecimento de água vem quase exclusivamente do subsolo.

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