Bush � acusado de usar Iraque com fins pol�ticos
Washington O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi duramente criticado pelos democratas, ontem, principalmente pelo líder Tom Daschle, que acusou o governo de usar a questão do Iraque com fins políticos. Em discurso no plenário, Daschle leu
Por | Edição do dia 26/09/2002 - Matéria atualizada em 26/09/2002 às 00h00
Washington O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi duramente criticado pelos democratas, ontem, principalmente pelo líder Tom Daschle, que acusou o governo de usar a questão do Iraque com fins políticos. Em discurso no plenário, Daschle leu uma declaração de Bush citada pelo jornal The Washington Post, em que o presidente disse que os democratas não estavam interessados na segurança do povo norte-americano. Revoltado, Daschle citou o senador democrata Daniel Inouy, que perdeu um braço na Segunda Guerra, como exemplo de seus correligionários que defendem os Estados Unidos em conflitos internacionais. O presidente tem que pedir desculpas, afirmou. Segundo a CNN, a declaração citada por Daschle foi feita por Bush durante uma campanha em Nova Jersey, na segunda-feira (23), quando abordou a disputa no Congresso em torno das leis que regulamentarão o Departamento de Segurança Interna. Apesar de naquele momento o presidente não estar se referindo ao Iraque, a possibilidade de guerra contra o governo de Saddam Hussein provocou tensão entre republicanos e democratas na sessão de hoje do Senado. O Iraque contestou mais uma vez, ontem, as acusações britânicas relacionadas com seu suposto arsenal, enquanto o presidente norte-americano continua tentando obter carta branca do Congresso para atacar. Um dia depois da publicação de um dossiê pelo governo britânico, o jornal Babel, controlado por Udai Saddam Hussein, filho mais velho de Saddam Hussein, voltou à carga, acusando Tony Blair de ter elaborado esse documento a partir de dúvidas e estimativas. No informe de mais de 50 páginas apresentado aos deputados, Blair afirma que o Iraque, que ontem também prometeu abrir todas as instalações suspeitas aos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas), continuava seus esforços para adquirir a bomba atômica e que suas armas químicas e biológicas constituem uma ameaça imediata. O conselheiro da Presidência iraquiana, Amer Al Saadi, rechaçou também as acusações de Blair, dizendo em uma entrevista à imprensa que as conclusões do primeiro-ministro britânico são falsas e que suas palavras não passam de uma mistura de meias verdades, mentiras e afirmações ingênuas. A um jornalista que lhe perguntou se os técnicos poderiam inspecionar as instalações presidenciais, Saadi afirmou que Bagdá os autorizará a fazê-lo.