Ex-fumante vai receber US$ 28 bi de indeniza��o da Philip Morris
Califórnia Um júri da Califórnia ordenou à gigante dos cigarros Philip Morris que pague US$ 28 bilhões por perdas e danos em um processo antitabaco. É também a maior multa já aplicada pela Justiça para indenizações dessa natureza. O valor é pouco menor
Por | Edição do dia 05/10/2002 - Matéria atualizada em 05/10/2002 às 00h00
Califórnia Um júri da Califórnia ordenou à gigante dos cigarros Philip Morris que pague US$ 28 bilhões por perdas e danos em um processo antitabaco. É também a maior multa já aplicada pela Justiça para indenizações dessa natureza. O valor é pouco menor que a ajuda de US$ 30 bilhões, concedida pelo FMI ao Brasil, e superior ao PIB anual do Uruguai e da República Dominicana, que somam US$ 19 bilhões e US$ 20,5 bilhões, segundo dados do Fundo deste ano. No ano passado, um júri de Los Angeles ordenou indenização de US$ 3 bilhões para um ex-fumante da marca Marlboro, que depois morreu. A decisão foi revista e caiu para US$ 100 milhões. Para deliberar a multa recorde, o júri considerou para seu veredito os danos punitivos contra Betty Bullock, de 64 anos, que já havia recebido US$ 875 mil em primeira instância por ter contraido câncer de pulmão. Betty Bullock, de Newport Beach, cidade próxima a Los Angeles, começou a fumar aos 17 anos. Manteve o vício por quase toda a vida, fumando a marca Benson & Hedges, até que foi diagnosticado um câncer em estado terminal em fevereiro de 2001. Durante o julgamento, a Philip Morris foi acusada de fraude e negligência por ter ocultado a capacidade que o tabaco tem de causar vício. Os advogados da empresa disseram ao júri no mês passado que Bullock ignorou os perigos do fumo por 30 anos, e que a Philip Morris não deveria ter que pagar os custos do tratamento de seu câncer de pulmão.