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Nº 5824
Internacional

Rebeldes tchetchenos matam mulher e ref�ns fogem de teatro

Moscou – A refém morta pelos rebeldes tchetchenos tinha 20 anos, foi baleada no peito e teve os dedos quebrados, possivelmente ao tentar se defender ao ser agredida quando tentava fugir, informou a rede de TV CNN. O comando que invadiu o teatro de Mos

Por | Edição do dia 25/10/2002 - Matéria atualizada em 25/10/2002 às 00h00

Moscou – A refém morta pelos rebeldes tchetchenos tinha 20 anos, foi baleada no peito e teve os dedos quebrados, possivelmente ao tentar se defender ao ser agredida quando tentava fugir, informou a rede de TV CNN. O comando que invadiu o teatro de Moscou na noite de ontem ainda mantém cerca de 700 reféns, incluindo mais de 40 crianças. Duas mulheres conseguiram escapar do local. Para tentar impedir a fuga, os guerrilheiros separatistas lançaram granadas contra as fugitivas. Uma delas ficou levemente ferida. A rede de TV NTV da Rússia mostrou imagens ao vivo do corpo coberto sendo retirado do teatro. Os comentaristas não falaram enquanto a vítima era levada em uma maca na direção de um carro acompanhado por pessoal do serviço de emergência. Segundo informações da Itar-Tass, que cita a polícia de Moscou, a mulher foi morta com um tiro. Os rebeldes ameaçam atirar nas pessoas ou explodir o local, a menos que a Rússia retire suas tropas da Tchetchênia. Entre as pessoas capturadas, há 75 estrangeiros e mais de 40 adolescentes. Autodenominados de “smertniki’ (esquadrão suicida), eles fizeram ameaças em um website tchetcheno e por meio de reféns. A rádio Ekho Moskvy citou a cardiologista Maria Shkolnikova como autora de uma frase que reproduziria a fala dos rebeldes: “Vocês estão sentados aqui há dez horas e seu governo não fez nada para garantir sua libertação”. De acordo com a médica, explosivos foram colocados no corredor, em assentos e até em alguns dos reféns. “A coisa mais importante é que as tropas têm que ser retiradas, ou eles vão começar a atirar nas pessoas”, afirmou. O presidente russo, Vladimir Putin, que chegou ao poder há três anos com promessas de acabar com a rebelião de uma década na parte sul da Rússia e aumentar a segurança pública, disse que a principal missão agora era assegurar a libertação dos reféns. Putin salientou que informações de representantes dos rebeldes confirmaram que “o ato terrorista foi planejado no exterior”. Governos de todo o mundo condenaram a situação e pediram à comunidade internacional para se unir contra tais atos de terror. Contatos O site de notícias tchetcheno publicou o que classificou como uma declaração do comandante dos rebeldes, Movsar Barayev. “Há mais de mil pessoas aqui. Ninguém sairá vivo e eles morrerão conosco se houver qualquer tentativa de invadir o prédio”. Os rebeldes libertaram cerca de 150 reféns logo após dominar o teatro, incluindo até 20 crianças e diversos muçulmanos. Ontem, eles libertaram mais 37 pessoas. Mas Iosif Kobzon, membro do Parlamento e famoso artista que participa das negociações, disse à agência Interfax: “Quando pedi a eles para libertar outros, eles me disseram que já tinham deixado os três menores sair e não libertariam mais ninguém”. Por volta das 11h30 (hora de Brasília), repórteres ouviram três grandes explosões perto do teatro, mas a causa delas ainda não foi determinada. Segundo a polícia, podem haver ainda até 700 pessoas no teatro, uma construção moderna que fica a quase quatro quilômetros do Kremlin. O embaixador austríaco Franz Cede frisou que os reféns ocidentais incluíam cidadãos australianos, austríacos, britânicos, alemães e americanos. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ligou para Putin para oferecer apoio em “um momento de solidariedade entre os Estados Unidos e a Rússia”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. Dois repórteres da agência de notícias italiana Ansa que foram libertados do teatro disseram que o líder do grupo ameaçou matar dez pessoas por hora se suas exigências não fossem cumpridas. De acordo com eles, um dos rebeldes afirmou que o grupo poderá “resistir por tanto tempo quanto eles quiserem”. “Estamos prontos para morrer, queremos um fim absoluto à guerra e a retirada das forças russas da Tchetchênia”.

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