Internacional
Israel ataca campo na Faixa de Gaza e mata 10

Ramalah Tropas israelenses apoiadas por tanques e helicópteros invadiram ontem o campo de refugiados palestinos de Bureij, na faixa de Gaza, deixando dez mortos e 19 feridos. Entre os mortos, estão dois funcionários da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para ajuda aos refugiados palestinos no Oriente Médio (UNRWA). Eles trabalhavam em uma escola, e um deles era professor, afirmou um comunicado do comissário-geral da UNRWA, Peter Hansen, que anunciou uma investigação. A incursão israelense empregou cerca de 40 tanques, que entraram no campo de refugiados disparando morteiros e tiros de metralhadoras. Os soldados deixaram o local por volta das 5h (1h em Brasília). Houve troca de tiros entre soldados e palestinos armados quando o Exército israelense ocupava o campo, destruía casas e prendia quatro palestinos. O Exército disse que os soldados encontraram feroz resistência durante a operação, que durou três horas e visava à prisão de militantes palestinos. Moradores disseram que pelo menos três pessoas morreram por causa de um míssil disparado por um helicóptero. Segundo Israel, esse disparo foi feito contra quatro homens armados. O diretor do hospital de Deir Al-Ballah, que fica na faixa de Gaza, Ahmad Rabbah, disse que as forças de Israel proibiram a entrada de ambulâncias no campo de Bureij. Os crimes do primeiro-ministro israelense (Ariel Sharon) vão continuar impunes, disse o assessor governamental palestino Ahmed Abdel-Rahim, que se referiu a Sharon como vampiro. O massacre de Bureij mostra que resistir à ocupação e aos assentamentos é um dever de todos os palestinos. Quinta-feira, Sharon disse que a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, está se estabelecendo na faixa de Gaza e no Líbano, mas aparentemente a incursão em Bureij não tem relação com essa acusação. Parentes Segundo um hospital local, todos os mortos em Bureij tinham na faixa de 20 e 30 anos. Vários deles eram parentes entre si. É como se as portas do inferno tivessem se aberto em nosso campo, disse Mohammed Al Maqadama, 20. Eles transformaram este em um Eid sangrento, afirmou, em referência à importante festa que marca o final do mês sagrado muçulmano do Ramadã. O general Yisrael Ziv, comandante do Exército de Israel em Gaza, declarou que seus homens invadiram o campo de refugiados para explodir a casa de um militante palestino e prender três subordinados dele. Encontramos muita resistência e nossas forças dispararam contra homens armados. Identificamos 12 a 14 deles. Às vezes, a batalha era disputada a apenas dez metros. Eles usavam rifles Kalashnikov, granadas e foguetes antitanque, afirmou o general.