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Jord�nia suspende venda de alimentos ao Iraque

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Am㠖 As precárias condições em que vivem os iraquianos deverão se agravar mais ainda nos próximos dias devido a duas estranhas atitudes tomadas sexta-feira. Por um lado, as 350 empresas da Jordânia que há anos vinham fornecendo alimentos, remédios e uma grande variedade de outros produtos ao Iraque decidiram suspender todas as entregas. Ao mesmo tempo, os responsáveis pela agência humanitária Crescente Vermelho (associada à Cruz Vermelha) naquele país, resolveram não aceitar seis caminhões com alimentos, remédios e água que tinham sido enviados da Jordânia. Os empresários tornaram a situação ainda mais intrigante ao definir como “um gesto de solidariedade” a recusa em entregar as mercadorias de que os iraquianos tanto necessitam. Saleh Abdel-Qader, presidente da Associação dos Investidores da Zona Industrial Abdullah II, que reúne as 350 firmas que decidiram pelo boicote, justificou: “Nosso compromisso com a ONU, que monitorava os negócios, era o de entregar os produtos ao governo do Iraque. Agora, porém, estão querendo que os entreguemos ao dos Estados Unidos e isso não faremos de maneira alguma”, afirmou Abdel-Qader. A reação dos empresários foi motivada por uma emenda feita uma semana atrás nas regras do programa Petróleo por Alimentos, em que o Iraque tem permissão para vender o produto, mas o dinheiro arrecadado só pode ser utilizado na compra de mercadorias que o povo do país de fato necessita. A ONU controla essas transações. O programa tinha sido interrompido no primeiro dia da guerra. Os EUA aceitaram a proposta do resto do mundo para que ele fosse reativado, ainda durante a guerra, sob a condição de que haveria uma emenda dizendo que alimentos, remédios e demais produtos teriam de ser entregues “às forças de ocupação, que têm o dever de garantir que os suprimentos cheguem à população”. “Jamais aceitaremos entregar os produtos aos EUA para que os distribuam. A emenda aceita pela ONU exclui o papel do governo do Iraque que, para nós, continua sendo o mesmo: ele não se rendeu e, portanto, é só com ele que trataremos”, disse Abdel-Qader. Enquanto os caminhões das 350 empresas jordanianas permanecem na garagem, seis veículos carregados de alimentos, remédios, água, e suprimentos de primeira necessidade voltaram à Jordânia com toda a sua carga. Tratavam-se de doações da agência do Vermelho Crescente em Amã. O diretor do escritório do mesmo grupo em Bagdá explicou a recusa, através de uma carta entregue a um dos motoristas. “Não aceitamos nenhuma ajuda humanitária ou assistência médica. O que desejamos é que vocês condenem a agressão que o Iraque vem sofrendo, a matança de civis e a violação da Lei Humanitária Internacional”, dizia o documento assinado por Hisham Salman Saadon, presidente da Sociedade Vermelho Crescente do Iraque.

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