L�deres da Al Qaeda negam elo com Bagd�

Washington ? Interrogados pela CIA, o serviço secreto dos EUA, dois líderes da Al Qaeda sob custódia americana negaram que a rede terrorista de Osama bin Laden tenha mantido vínculos com o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. A suposta ligação entre Bagdá e a organização foi um dos argumentos usados pelo governo dos EUA para conquistar a opinião pública antes da invasão do Iraque. Citando funcionários da CIA, o ?New York Times? afirmou, em sua edição de ontem, que Abu Zubaydah -um recrutador da Al Qaeda preso em março de 2002 ? teria dito que a idéia de trabalhar com o regime de Saddam chegou a ser discutida entre os líderes da rede terrorista, mas que Bin Laden a teria rejeitado por não querer ser ?vigiado? pelo iraquiano. Já Khalid Sheikh Mohammed ? ex-chefe de operações da Al Qaeda preso em 1º de março- também respondeu que a rede não trabalhava com Saddam. As declarações constariam de um relatório secreto da CIA. A agência não comentou oficialmente o assunto, mas um funcionário graduado afirmou que depoimentos de membros da Al Qaeda são vistos com ceticismo. Relatórios reavaliados Além da dificuldade em provar os vínculos entre o Iraque e organizações terroristas -a guerra contra o país, dentro da retórica do presidente George W. Bush, foi contra o terror-, a coalizão anglo-americana sofre pressões internas e externas sobre a questão das armas de destruição em massa, usadas para justificar a guerra, mas ainda não encontradas. Bush voltou a afirmar ontem, em reunião com seu gabinete, que o Iraque mantinha um programa para a fabricação dessas armas e se disse ?absolutamente convencido? de que os EUA o revelarão. Questionado se a credibilidade dos EUA fora arranhada, Bush disse que ?a história e o tempo provarão que os EUA tomaram a decisão correta ao libertar o povo iraquiano das garras de Saddam?. Diferentemente do Reino Unido, que abriu dois inquéritos parlamentares para investigar os relatórios secretos sobre as armas, o debate americano não atingiu grandes dimensões.