Internacional
EUA admitem erro em acusa��es contra Iraque

Washington - A Casa Branca admitiu, ontem, pela primeira vez que o presidente dos EUA, George W. Bush, estava incorreto quando afirmou, no discurso sobre o Estado da União, que o Iraque tentou obter quantidades significativas de urânio na África para reconstituir um programa nuclear militar. Segundo o jornal ?The Washington Post?, esse reconhecimento da Presidência norte-americana ocorreu após a publicação de um relatório da comissão parlamentar britânica que investiga o mesmo assunto e que questiona a confiabilidade dos serviços de informação britânicos citados por Bush no seu discurso de 28 de janeiro. Em seu discurso, Bush disse que o presidente deposto na Guerra do Iraque, Saddam Hussein, não havia citado, em seu relatório para os inspetores de armas que investigavam o arsenal iraquiano, a existência de 30 mil ogivas capazes de levar agentes químicos, 38 mil litros de botulina (um produto químico que, nessa quantidade, segundo o dirigente, poderia matar milhões) e matéria-prima para a produção de até 500 toneladas dos gases sarin, mostarda e VX. Na época, no relatório dos inspetores, esses itens foram apontados como ?nada de novo?. Referindo-se às informações do governo britânico, o presidente norte-americano garantiu, à época, que o Iraque tentara obter grandes quantidades de urânio na África. A correção Ontem, o ?Washington Post? traz a correção: ?questionada sobre o relatório parlamentar britânico, a administração Bush admite, em comunicado, que os dados, nos quais se basaram as afirmações do chefe de Estado [Bush], eram falsos?, escreve o jornal. Parte das declarações de acusação de Bush contra Saddam foram retiradas de um relatório apresentado pelo premiê birtânico, Tony Blair, em maio ? texto que virou polêmica por ter se baseado em grande parte em uma tese de doutorado escrita há 13 anos na Califórnia.