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Nº 5759
Internacional

Sem �gua e luz, Arafat resiste ao cerco israelense

Ramallah – Israel apertou ontem o cerco à sede do governo palestino em Ramallah, na  Cisjordânia, apesar da aprovação na ONU (Organizações das  Nações Unidas) de uma resolução que exige a sua retirada.  Dentro do edifício, o presidente palestino Iasser Ar

Por | Edição do dia 31/03/2002 - Matéria atualizada em 31/03/2002 às 00h00

Ramallah – Israel apertou ontem o cerco à sede do governo palestino em Ramallah, na  Cisjordânia, apesar da aprovação na ONU (Organizações das  Nações Unidas) de uma resolução que exige a sua retirada.  Dentro do edifício, o presidente palestino Iasser Arafat resiste à ofensiva sem água, eletricidade ou telefone. O prédio está arruinado e, segundo assessores, Arafat está perdendo o contato com o mundo exterior. Dois de seus guarda-costas ficaram feridos nos disparos feitos durante a noite de sexta-feira por tanques israelenses. O governo israelense afirmou que não tem interesse em manter indefinidamente a ocupação, mas não disse quando sairia. Os israelenses acusaram os palestinos de torpedear as negociações por um cessar-fogo, uma das condições impostas pela resolução da ONU para a retirada. Os palestinos elogiaram a aprovação do documento e disseram que sua implantação depende dos Estados Unidos. “Mas que Israel não o use de pretexto para prolongar a invasão e o cerco ao presidente”, disse o ministro da Informação palestina, Iasser Abed Rabbo. Sexta-feira, após uma série de violentos atentados contra civis israelenses, o primeiro-ministro Ariel Sharon declarou que Arafat era um inimigo e que a sede de seu governo em Ramallah deveria voltar a ser atacada por tanques. Essa atitude provocou intensa reação internacional. O representante da ONU, Terje Roed Larsen, foi proibido por Israel de visitar Arafat. Com o corte das linhas telefônicas, Arafat teve de parar de dar suas desafiadoras entrevistas. “Ninguém está abalado, com medo ou em retirada”, disse ele numa das últimas entrevistas de ontem. “Vamos a Jerusalém, levando milhões de mártires no caminho”, afirmou. A gota d’água para a atual ação israelense foi um atentado que matou 22 civis na quarta-feira. A retaliação veio na forma de tanques, que derrubaram tudo o que encontraram pela frente até chegar à sede de governo da Cisjordânia. Pelo menos seis palestinos e dois israelenses morreram nos combates que se seguiram, um dos momentos mais violentos da luta palestina contra a ocupação. No mesmo dia, uma palestina de 18 anos provocou um atentado suicida em um supermercado de Jerusalém, matando outras duas pessoas e ferindo 20. Foi a segunda mulher a cometer esse tipo de “martírio”.

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